Perícia de acidente de Campos não tem prazo para chegar ao fim

Acidente que matou 10 pessoas e deixou vários feridos está perto de completar três meses

Por: Nathália de Alcantara & Da Redação &  -  28/08/19  -  16:09
Ônibus da Brasil Santana Turismo envolvido no acidente de 9 de junho deste ano não tinha seguro
Ônibus da Brasil Santana Turismo envolvido no acidente de 9 de junho deste ano não tinha seguro   Foto: Douglas Fagundes/Futura Press/Estadão Conteúdo

A poucos dias de completar três meses, o acidente envolvendo um ônibus da Brasil Santana Turismo, que matou 10 pessoas e deixou vários feridos em Campos do Jordão, segue sem laudo da perícia. Isso significa que ainda não há conclusão do que pode ter causado a tragédia em 9 de junho. 


Segundo o delegado seccional da polícia de Taubaté, José Antonio de Paiva Gonçalves, não há previsão para que o documento seja concluído. “A perícia precisou de ajuda externa. Esse é o motivo para necessitarem de mais tempo”. 


O advogado da Brasil Santana, Marcelo Cruz, diz que o veículo estava sem seguro na época do acidente, pois estava trocando de seguradora. “Fui até a Delegacia de Pindamonhangaba e protocolizei uma petição informando que o proprietário da empresa está à disposição para se apresentar”. 


Por enquanto, segundo ele, a empresa aguarda a convocação da autoridade policial e a conclusão do laudo pericial do ônibus. “Ao final, se declararem que a empresa é culpada, terá de arcar com todas as indenizações”, diz Cruz. 


Enquanto isso, as vítimas e seus familiares tentam retomar a vida normal. Suellen Mayara Rodrigues Guerra, de 27 anos, sequer consegue mexer a mão direita, que está atrofiada. Por conta disso, teve de se afastar do estágio. 


“Estou levando a vida, mas como trabalho com estética, minhas mãos são minha ferramenta de trabalho. Farei novos exames, pois o médico suspeita de um rompimento no nervo. Se isso tiver acontecido, terei de operar novamente”. 


Ela, que está no último semestre de Estética e Cosmética, teme pelo futuro. “Eu só não parei o curso porque estou acabando”. 


Com ela, no dia do acidente, estavam outras nove pessoas da família. Sua tia, Marli Pereira, de 58 anos, teve traumatismo craniano, além de perfurar dez costelas e o pulmão e fraturar a coluna. “Ela começou a dar os primeiros passos agora, mas ainda não consegue fazer nada sozinha. Esse laudo não ter saído é algo grave”. 


A vendedora Jéssica da Silva, de 25 anos, irmã do motorista que dirigia o ônibus, diz que todos querem saber do laudo. “Os papéis da perícia são importantes para a mulher dele ter direitos aos benefícios, mas até agora nada. É uma angústia muito grande, pois não podemos seguir em frente”. 


Logo A Tribuna
Newsletter