Mulheres da Baixada Santista pedalam em busca de autoestima: ‘mulher pode tudo’

Grupo ‘Poderosas do Asfalto’ busca afastar mulheres com mais de 45 anos apenas de tarefas domésticas e aproximá-las de independência pessoal e qualidade de vida

Por: Jordana Langella  -  19/04/21  -  14:45

Grupo de ciclistas da Baixada Santista com mais de 45 anos, criado na pandemia, tem o objetivo de resgatar a autoestima, essência e bem estar de mulheres que se sentiam solitárias durante o período de isolamento.


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A equipe de ATribuna.com.br entrevistou as fundadoras sobre a proposta do projeto e como a prática de pedalar altera não só o condicionamento físico, mas a saúde mental, em um momento em que a rotina de todos foi alterada. Confira mais detalhes na videorreportagem acima.


Inicialmente criado por sete mulheres, as “poderosas do asfalto” como se autodenominam, reuniram-se, pela primeira vez, de forma despretensiosa, apenas com o objetivo de praticar atividade física e quebrar a rigidez do dia a dia de trabalho, funções com a família e atividades domésticas.


Grupo 'Poderosas do Asfalto', na Ponta da Praia em Santos
Grupo 'Poderosas do Asfalto', na Ponta da Praia em Santos   Foto: Jordana Langella/ AT

E o que era apenas uma ideia modesta, transformou-se em um grupo com mais de 100 mulheres que têm o compromisso semanal com os trajetos de bike.


De acordo com a servidora pública e uma das fundadoras Célia Goes, de 49 anos, a essência do grupo é mudar a percepção interna de cada ciclista sobre si. “O que caracteriza o grupo é mostrar que somos mulheres guerreiras, mulheres empoderadas, que não ficam só em casa, lavando, passando e cozinhando, sendo só aquela “maridinha” e esposa”, explicou.


Marlene Barbosa supera começo de depressão com ajuda de 'pedal'
Marlene Barbosa supera começo de depressão com ajuda de 'pedal'   Foto: Acervo Pessoal: Marlene Barbosa

Ademais, as poderosas também explicam que durante um período tão difícil de isolamento social, a união feminina é essencial para espantar a solidão. Neste sentido, a aposentada Marlene Barbosa, de 50 anos, que tem uma deficiência, atrofia muscular nas duas pernas, diz se sentir realizada com quem é, após um período difícil, em casa, com início de depressão.


Por fim, a integrante e uma da fundadoras Débora Louzada, ressalta que ao tirar mulheres de dentro de casa, dos problemas familiares e financeiros, também é uma forma de lembrar que “mulher pode tudo”.


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