Jair Bolsonaro confirma visita de seis dias à Baixada Santista

Presidente chega nesta quinta-feira pela manhã e fica em Guarujá; Na sexta, pode ir à Ponte dos Barreiros

Por: Ronaldo Abreu Vaio & Da Redação &  -  09/01/20  -  10:17
Atualizado em 09/01/20 - 10:29

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) parece bastante afeiçoado à região. Ele inicia nesta quinta-feira (9) pela manhã a terceira visita à Baixada Santista em pouco mais de um ano de governo. Como de praxe, ficará hospedado no Forte dos Andradas, em Guarujá, até terça-feira (14).


Embora a Secretaria de Comunicação da Presidência, em nota, se limite a informar que o presidente não terá agenda oficial na região, A Tribuna apurou que Bolsonaro pode ir a São Vicente na sexta-feira (10) e visitar a Ponte dos Barreiros, às 17h. A Prefeitura de São Vicente, por sua vez, informou ontem à noite que aguarda a confirmação da ida do presidente à Cidade.
Entre moradores da área e comerciantes no entorno, o clima na quarta-feira (8) já era de expectativa – positiva ou nem tanto. Em alguns casos, a ansiedade é tamanha que os tempos se misturam.


“Ele não esteve aqui hoje? Passou uma comitiva de manhã”, disse Almira Munin Lima, 58 anos. A ‘comitiva’ era assunto corrente na ponte: teriam sido dois carros, com quatro agentes no total, que vasculharam e fotografaram a área.


Quanto a Almira, vendia na cabeceira da ponte, do lado insular, seus geladinhos, sacolés, dindins ou, simplesmente, chup-chups. “É que eu já dei uma volta pelo País”, sorri. Nascida no Paraná, Almira gostaria de encontrar Bolsonaro. “Para dizer a ele que não desista do Brasil”.


Se Almira queria encontrar o presidente, um vendedor de água de 17 anos, sentado na amurada, tinha outros planos. “Vou é jogar ele (sic) da ponte”. O motivo? “Ele não arrumou a ponte pra gente”.


Trabalhando de domingo a domingo no local, das 6 horas até o fim do dia, pretende retomar os estudos ainda este ano.


Carrocela


Figura emblemática desde a interdição, as carrocelas estavam a todo vapor ontem. “Se ele quiser pilotar, pilota. Ele é o presidente”, diz Leandro Santana Reis, 20 anos, um dos pilotos de carrocela, que, aliás, já era chamada de “bicicleta do Bolsonaro”.


José Antonio de Oliveira, de 64 anos e há 22 morador do Quarentenário, lembrou da segurança ao desembarcar da carrocela. “Tem ocorrido assalto aqui à noite. Cadê a segurança que ele (Bolsonaro) prometeu?”.


Moisés Água Gelada, como se apresentou, vende de jujuba a cigarros para sobreviver. Desde que a ponte foi interditada, não consegue mais atravessar com o ferro-velho que era seu ganha-pão. “Vendia do outro lado. Não vale a pena ir por Cubatão”.


Se o presidente parar na sua bancada para se refrescar, ele diz que cobraria R$ 100,00 pela água. Mas logo volta atrás. “Cobro R$ 2,00. Igual a todo mundo”.


Carrocela é um dos serviço adotado para facilitar a travessia
Carrocela é um dos serviço adotado para facilitar a travessia   Foto: Matheus Tagé/AT

Como será


Nesta sexta-feira à tarde, na Prefeitura, antes da possível ida de Bolsonaro à ponte, haverá a assinatura do contrato entre a Administração Municipal e a empresa PHD Engenharia, que irá elaborar o projeto executivo para definir os rumos da obra emergencial.


O valor desse contrato é de R$ 181 mil, oriundos dos R$ 58 milhões liberados pelo Governo Federal para recuperar a ponte. Desses, R$ 5,5 milhões são destinados às obras de emergência para correção de 50 pilastras. Já a intervenção completa deve durar 12 meses, ainda sem data para contratação.


A Prefeitura de São Vicente estima que as intervenções emergenciais devam se estender por até 90 dias. Depois disso, a expectativa é pedir à Justiça a liberação parcial do tráfego de veículos na estrutura. A ponte está interditada desde 30 de novembro. Apenas pedestres e bicicletas estão autorizados a trafegar por ela.


Logo A Tribuna
Newsletter