IML de Praia Grande deixa de atender ao público

Desde segunda, quem precisa de atendimento é orientado para ir a Santos, cuja unidade está sobrecarregada

Por: Maurício Martins & Da Redação &  -  04/04/19  -  16:16
  Foto: Irandy Ribas/AT

O Instituto Médico-Legal (IML) de Praia Grande (Rua José Júlio Martins Batista, 225, Vila Antártica) parou de fazer o atendimento ao público, como exames de corpo de delito em caso de acidentes e agressões, na segunda-feira.O local também não está recebendo corpos. O motivo é a falta de funcionários. Com o fechamento, o IML de Santos está sobrecarregado.


Não é a primeira vez que a unidade de Praia Grande tem problemas. Ficou quatro anos fechada, de 2013 a 2017, e reabriu após ser reformada. Agora, mesmo com boas instalações, não tem sequer médico legista para trabalhar. A Tribuna apurou que a porta fica aberta “de fachada”, porque todos os casos são encaminhados para Santos.


“O Estado tem defasagem de funcionários e não sabemos quando será normalizado. O pessoal não está dando conta, está bem saturado. O melhor, para quem precisa de exame de corpo de delito, é ir numa unidade de saúde e pegar uma ficha de atendimento médico. Assim não precisa tanta pressa pra passar no IML”, disse para a Reportagem um funcionário ligado ao setor-.


Sobrecarregada


O IML de Santos (Avenida Martins Fontes, 1215, Saboó) vem acumulando os atendimentos, sem conseguir dar conta da demanda. Ontem, quando A Tribuna chegou no local, havia 13 pessoas aguardando exames. Segundo elas, apenas um médico estava na unidade e não sabia se conseguiria atender a todos.


Uma funcionária pública de Praia Grande, agredida pelo filho, era uma das pessoas que aguardavam. Ela já havia ficado a tarde toda de terça-feira e não conseguiu ser atendida. “Moro perto do IML de minha Cidade, mas me mandaram para cá. Aqui, o único médico falou que tinha quatro necropsias para fazer e não daria tempo. Hoje estou esperando duas horas. Já estamos numa situação difícil e esse absurdo acontece”.


Outra indignada era uma dona de casa, também de Praia Grande, que sofreu um acidente e estava com a perna enfaixada, esperando o exame de corpo de delito há quase três horas.


“O atendimento é apenas das 14 às 17 horas, e o médico só fala que chegou corpo, que é prioridade, e a gente fica aqui. (O Estado) precisa colocar gente para trabalhar e não prejudicar a população”.


Em Guarujá, Câmara criará comissão para averiguar o IML


O IML de Guarujá também enfrenta problemas pela falta de funcionários. A Câmara Municipal pretende criar uma comissão parlamentar para apurar os motivos que têm inviabilizado o atendimento regular no local. A proposta, do vereador Luciano Tody (MDB), está pautada a próxima terça-feira.


Atualmente, segundo Tody, IML de Guarujá só faz necropsias às segundas,terças e quintas-feiras - e apenas no período da tarde.Por isso,diz o parlamentar, corpos acabam sendo transferidos para o IML de Santos, o que além de atrasar os sepultamentos, gerando transtornos às famílias, ainda soma custos adicionais aos cofres da Prefeitura.


A Administração Municipal arca financeiramente com os traslados entre Santos e Guarujá. “Essa situação tem gerado gastos desnecessários ao Município. A viatura tem que levar os corpos para Santos e retornar ao Guarujá, tendo depois que ir novamente a Santos, para trazer de volta os corpos, para sepultá-los”, explica o vereador.


A Superintendência da Polícia Técnico Científica afirma que “não há problemas de atendimento” no IML de Guarujá. “A equipe é composta por quatro funcionários que estão à disposição da população”.


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