Volume de chuva durante temporal em Guarujá foi equivalente a duas usinas de Itaipu
Segundo levantamento da prefeitura, no período de 72 horas, choveu 405 mm, o que equivale a 58 milhões de metros cúbicos de água
O volume de chuvas em Guarujá, que causou deslizamentos em morros, mortes e diversos estragos na cidade, foi equivalente a dois reservatórios da usina hidrelétrica de Itaipu - segunda maior barragem do mundo que abastece o Brasil e o Paraguai. Ao todo, 33 pessoas morreram nos morros do Macaco Molhado e Barreira do João Guarda. Nove pessoas seguem desaparecidas.
Segundo dados levantados pela prefeitura, no período de 72 horas, choveu 405 mm, um volume incomum para o período, principalmente entre a noite do dia 2 e a madrugada de 3 de março. Cálculos da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) indicam que volume equivale a 58 milhões de metros cúbicos de água.
Dos 11 morros em Guarujá, as principais consequências ocorreram no Morro do Macaco Molhado e Barreira do João Guarda, onde foram registradas 33 mortes.
Segundo a prefeitura, nos dois locais, desceu um total de 153 mil toneladas de sedimentos. O total equivale a 382 dias de coleta de lixo da cidade, o que representa mais de um ano de serviço. Os sedimentos estão sendo deslocados dos locais de origem, com autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A administração informou que na manhã de quinta-feira (12) começou a ser feito o transbordo para uma área provisória de descarte de material inerte na Rua Manoel Alves de Moraes, na Enseada. Na tarde, o encaminhamento começou a ser feito para uma área no Saco do Funil, região do loteamento Parque da Montanha.
Tragédia na região
O forte temporal que castigou a região da Baixada Santista teve início na noite de 2 de março. Principais ruas e avenidas de todas as cidades ficaram intransitáveis, o que deixou muitas pessoas ilhadas em locais como faculdades, escolas e, também, no trabalho.
Principais rodovias estaduais que ligam cidades da região com a capital tiveram quedas de barreira e precisaram ser interditadas.
Segundo último balanço da Defesa Civil do Estado, 44 pessoas morreram em decorrência do temporal que castigou a região, sendo 33 em Guarujá, oito em Santos e três em São Vicente. Nove pessoas seguem desaparecidas em Guarujá, todas na Barreira do João Guarda.
