Moradores em situação de rua são acolhidos em ginásio de Guarujá

Prefeitura montou estrutura que tem capacidade para receber até 120 pessoas

Por: Júnior Batista  -  27/03/20  -  22:29
Abrigo provisório de Guarujá tem 120 leitos
Abrigo provisório de Guarujá tem 120 leitos   Foto: Carlos Nogueira/AT

Cerca de 40 moradores em situação de rua, em Guarujá, já estão instalados no Ginásio Tejereba. No local, foi montada uma espécie de dormitório volante, para atender provisoriamente esta população, que está mais exposta ao coronavírus. Na cidade, há aproximadamente 270 pessoas vivendo nessa situação atualmente.


O espaço poderá ser todo utilizado pelos moradores, com exceção da piscina. Foi montada uma estrutura com banheiros, pia para lavar as mãos, além de camas espalhadas pelo ginásio, com ao menos 1,30m de distância entre cada uma delas.  


“Temos capacidade de receber 120 moradores de rua aqui. A maioria deles já é cadastrada nos nossos programas de assistência social e eles devem permanecer aqui a partir do momento que entram. Se forem sair, assinam um termo de saída e deixam o local”, explicou Rafael Tamburus, diretor de proteção especial da Secretaria de Assistência Social da Cidade. 


O espaço vai oferecer, também, kits de higiene, inclusive para banho, além de café da manhã, almoço e jantar. 


O local foi um alívio para Wellington Reinaldo da Silva, de 37 anos. Morador em situação de rua há três anos, ele pretende ficar no espaço para se proteger. “É uma doença doida, né? Mas a gente viu o movimento, lemos, estamos sabendo do que está acontecendo e da necessidade de se proteger”, diz ele, que veio de Itapevi, na Grande São Paulo, para Guarujá, há pouco mais de dois anos. Apesar de viver na rua, ele mantém contato com a família semanalmente. “Por enquanto, vou continuar aqui”, afirma. 


Na mesma situação está Fábio de Paula da Silva, de 32 anos. Ele está há três anos na rua. “Achei positivo esse espaço. É um lugar para a gente ficar, né?”, diz.  


Diagnosticado com tuberculose, segundo ele, Osvaldo Luís Dias, de 57 anos, é um dos casos que não ficará no espaço. “É perigoso, né? Primeiro tenho que me cuidar, mas hoje aqui não poderei ficar, vou voltar pra rua”, lamenta. 


Segundo o prefeito, Válter Suman (PSB), é um jeito de mitigar riscos. “Este é um drama mundial. E é preciso reforçar que estes cuidados são para pessoas assintomáticas. Caso seja notado algum tipo de sintoma, por menor que seja, vamos fazer os encaminhamentos necessários”, reforça ele.  


A cidade, desde segunda-feira, está reforçando a quarentena e pedido para as pessoas ficarem em casa. Hoteis estão fechados e turistas não são permitidos na cidade. De acordo com Suman, nas praias, onde está proibido ir, três pessoas já foram autuadas por estarem na areia, desde o começo da semana. 


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