Em tempos de pandemia de coronavírus, inquilinos de dois apartamentos do Condomínio Golden Sun, na Enseada, em Guarujá, receberam ordem de despejo pela Justiça após promoverem festas, inclusive durante a madrugada, com convidados. Isso além de usarem indevidamente as áreas sociais e de lazer do local, como a piscina. Ainda cabe recurso.
Segundo o advogado do caso, Caio Mário Fiorini Barbosa, do escritório Duarte Garcia, Serra Netto e Terra - Sociedade de Advogados, seu cliente é proprietário de diversos imóveis, sendo que em quatro começaram a surgir problemas durante a quarentena.
“Desde o começo já havia um comportamento fora da curva, mas a partir do começo da pandemia isso se tornou recorrente. Os apartamentos eram revezados para festas com música alta e bate-papo durante a madrugada”.
Ele explica que isso gerou um grande incômodo não só para o proprietário dos imóveis, que acumulou reclamações e multas que os inquilinos não pagaram. Mas também para os demais moradores que estão trabalhando em casa por conta do isolamento social.
“A situação já é desgastante e ainda temos de ver com esse abuso. São quatro ações ajuizadas contra quem mostrava comportamento mais danoso. É uma conduta que propõe aglomeração coloca em risco a coletividade”, defende Caio Mário.
Existe um entendimento para que sejam evitados despejos na pandemia, mas o juiz Gustavo Gonçalves Alvarez, da 3ª Vara Cível do Guarujá. O segundo caso foi julgado pela juíza Gladis Naira Cuvero, da 2ª Vara Cível do Guarujá.
O advogado explica que outros inquilinos de seu cliente rescindiram o contrato por conta da bagunça.
“Era barulho dia e noite. A liminar é para desocupação voluntária em 15 dias. Em uma delas, o prazo acaba no próximo dia 4. Se não houver desocupação espontânea, é feito o despejo forçado, com uma ordem judicial e força policial”.
Condomínio
O síndico profissional Luis Felipe Gatti conta que todas as medidas foram tomadas. “Tinha gritaria na varanda e aconteceu de descerem para pular na piscina, sendo que o local está interditado”.
Ele explica que as conversas não adiantaram, muito menos as multas.
“Era um absurdo o que acontecia. Eles eram notificados e nada. A pandemia agravou a situação e é o tipo de comportamento que não pode ser tolerado”.
Os moradores foram procurados pela Reportagem, mas não foram encontrados até a publicação desta matéria.