Morador de morro no litoral de SP escapa da morte em deslizamento de rochas: 'Não durmo mais aqui'

Quase 20 meses após tragédia que matou 23 pessoas, moradores da Barreira do João Guarda passam novo susto

Por: Rosana Rife  -  20/10/21  -  12:11
 A casa onde vive Antônio Coelho quase foi atingida por rochas em Guarujá
A casa onde vive Antônio Coelho quase foi atingida por rochas em Guarujá   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Foi por muito pouco que a casa de Antônio Coelho, de 74 anos, não acabou atingida por rochas na Barreira do João Guarda, em Guarujá. Ele estava no imóvel quando houve um deslizamento que assustou toda a vizinhança, no final da tarde de terça-feira (19). No mesmo morro guarujaense, em março de 2020, um outro deslizamento de terra provocado por um temporal deixou 23 mortos.


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"Eu ouvi um estalo. Achei que era trovão. Quando saí na janela da cozinha, a rocha ja estava lá (colada na casa). Foi um baita susto. Não durmo mais aqui", comentou Antônio, que não trabalha por receber benefício assistencial do INSS. As pedras podem ser vistas praticamente coladas na parede da cozinha e de um quarto, o que fez a Defesa Civil interditar a casa.


A filha de Antônio não estava na residência no momento do deslizamento, mas nem por isso passou menos nervoso. A dona de casa Maria Aparecida Coelho de Souza, 55 anos, conta que visitava uma amiga, também na Barreira do João Guarda, quando tudo aconteceu. Até voltar para o imóvel, pensou que havia perdido o pai.


"A gente sempre fica com medo quando chove. Uma hora a natureza vem tomar o que é dela. Mas vivo aqui porque não tenho para onde ir".


Medo
A situação fez moradores como a aposentada Neusa Pessoas, 74 anos, reviverem os momentos de desespero ocorridos em 3 de março do ano passado, quando 23 pessoas morreram no local. Dessa vez, ao menos, ninguém ficou ferido. "A gente vive com medo e rezando para que nada de mais grave aconteça".


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