Guarujá libera auxílios e aguarda verba para obras emergenciais após chuvas

A Prefeitura de Guarujá liberou, até o momento, 314 auxílios-moradia a moradores afetados pelo forte temporal do começo de março. Quase 60 deles são destinados ao pessoal da Barreira do João Guarda. Ainda faltam ser analisados 418 pedidos. Receberão o benefício somente as famílias que tiveram o imóvel demolido após verificação da Defesa Civil. O aviso é do secretário de Habitação de Guarujá, Marcelo Mariano.

“A gente só pode pagar aluguel social da casa que foi demolida. A prioridade na locação social são as pessoas com atestado de óbito na família, pois obviamente a casa foi demolida pela natureza, e as que tiveram o imóvel demolido pela Defesa Civil [também] entram no programa de imediato”.

Segundo ele, as interdições foram feitas, inicialmente, por segurança. Porém, à medida que houver reavaliação e até liberação pela Defesa Civil, os imóveis poderão ser reocupados pelas famílias. 

A notícia pegou a dona de casa Sidnéia Silveira Garcia e o marido dela, o pedreiro José Carlos Reis da Silva, de surpresa. Eles estão vivendo, desde o deslizamento na Barreira, em um apartamento cedido por amigo, já que uma pedra caiu no fundo da casa onde moravam, atingindo o quarto. O cômodo era ocupado pelos dois filhos deles. Por sorte, os garotos não se machucaram.

“No dia em que me cadastrei, me colocaram em prioridade porque minha filha é deficiente. Agora [quinta], a Defesa Civil disse que posso voltar para casa. É difícil por ter essa pedra nos fundos. Quando chover, claro que vou ficar com medo. Só posso pedir a Deus que abençoe para não cair mais morro nenhum”.

Denúncias

O secretário afirma que os técnicos são bastante minuciosos para checar os dados de quem tem direito ao benefício, por isso leva tempo para as listas saírem. Mariano diz ainda que já foram encontradas fraudes. 

“Em um caso, três pessoas da mesma família fizeram cadastro para aluguel social. As assistentes sociais verificaram o NIS e os nomes delas estavam em um único CadÚnico e demos o benefício a esse membro da família”.

Mariano diz ainda que, posteriormente, as famílias serão atendidas por programas habitacionais. Parte já será incluída no Projeto Enseada-Cantagalo. “A outra parte estamos em conversa com estado e Governo Federal. A ideia é buscar atendimento específico para essa demanda que não está inserida nos programas que temos”.

Recursos

O município solicitou R$ 77 milhões ao Governo Federal e receberá do estado R$ 25 milhões para obras emergenciais, como contenção de encostas e limpeza, informa a secretária de Planejamento de Guarujá, Poliana Iamonti.

“Pedimos recursos para contenção de encostas no Morro do Macaco Molhado. Fizemos o projeto em tempo recorde e o Estado sinalizou que até sábado [4] deve sair a liberação para a contratação emergencial dos serviços”.