Guarujá levará até seis meses para remover os sedimentos dos deslizamentos

153 mil toneladas escorregaram dos morros, volume equivalente a 382 dias de coleta de lixo na cidade

Por: Matheus Müller  -  14/03/20  -  10:50
Guarujá vai gastar o dinheiro em obras de contenção de encostas no Morro do Macaco Molhado
Guarujá vai gastar o dinheiro em obras de contenção de encostas no Morro do Macaco Molhado   Foto: Carlos Nogueira/AT

A Prefeitura de Guarujá levará seis meses para remover as 153 mil toneladas de sedimentos que deslizaram nos morros do Macaco e da Barreira de João Guarda, entre os dias 2 e 3 deste mês. O tempo para o serviço foi informado pelo secretário de Meio Ambiente do Município, Sidnei Aranha. Ele ressalta que o volume é o equivalente a 382 dias de coleta de lixo da cidade.


De acordo com o secretário, das 153 mil toneladas, 128 mil escorregaram da encosta da Barreira e 25 mil no morro do Macaco. Os sedimentos estão sendo depositados em área provisória de descarte de material inerte na Rua Manoel Alves de Moraes, na Enseada.


Aranha informa que a terra do deslizamento não é contaminada e, portanto, serão destinados à área do Saco do Funil, na região do loteamento Parque da Montanha. Nesta área, segundo ele, os sedimentos, inclusive, podem servir para outro projeto. “Queremos preparar o terreno para construção habitacional”


Outro ponto de descarte fica atrás do Cemitério dos Morrinhos. “Estamos avaliando um terceiro local, que seria área da prefeitura”. Ao mesmo tempo que estuda as áreas de descarte, o secretário explica que parte dos sedimentos pode permanecer na região dos deslizamentos.


“Os geólogos vão analisando onde tem que tirar (terra, pedras, madeiras) ou não”, explica Aranha.


Não é contaminada


Recurso é destinado às vítimas dos deslizamentos de encostas, como na Barreira do João Guarda
Recurso é destinado às vítimas dos deslizamentos de encostas, como na Barreira do João Guarda   Foto: Carlos Nogueira/AT

Apesar dos deslizamentos terem provocado o vazamento de esgoto e o contato de produtos da casa com o solo, Aranha garante que mais de 98% dos sedimentos não estão contaminados. “É basicamente lama do morro. Pode ser colocado sem qualquer dano ambiental em qualquer área pública de Guarujá em acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)”.


A Companhia, inclusive, confirma que “por se tratar de material composto por terra, restos de construções e outros materiais provenientes de áreas ocupadas exclusivamente por unidades residenciais, onde não são esperados resíduos perigosos (Classe I), não há necessidade de emissão de autorização ou de licença da Cetesb”.


Aranha destaca que o “esgoto a céu aberto é de pequeno porte”. “A preocupação existe, tanto que estamos fazendo uma área de esgoto onde era o campinho (na Barreira de João Guarda). Se percebermos que há contaminação, essa pequena parte vai ser seccionada e vamos mandar para as beneficiadoras”.


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