Guarujá inicia fase inicial do mapeamento da Covid-19

Estudo, que ocorre em toda Baixada Santista, será realizado em quatro etapas; Guarujá testará, ao todo, quase 2.000 munícipes

Por: Por ATribuna.com.br  -  03/05/20  -  02:18

Guarujá deu início, nesta sexta-feira (1), a primeira etapa do mapeamento sobre a circulação do novo coronavírus na Baixada Santista. O estudo científico tem por objetivo analisar a disseminação da Covid-19 e identificar possíveis munícipes assintomáticos, que não precisaram de atendimento médico, mas têm potencial para transmitir a doença.


Os trabalhos em Santos e São Vicente começaram na última quinta-feira (30). Em Guarujá, a primeira fase ocorrerá até o domingo (3), com a aplicação de 426 testes. Ao todo, serão quatro etapas, somando 1.704 moradores, selecionados de forma randômica.  


“Algumas pessoas irão se surpreender, especialmente quem não apresentou sintoma ou apresentou um quadro muito leve e não o relacionou à covid-19. Cerca de dez dias após o contato com o vírus, o organismo passa a gerar anticorpos. Ou seja, cada etapa do estudo refletirá a infecção dez dias antes da coleta, no mínimo”, explica o médico infectologista Marcos Caseiro, coordenador da pesquisa na Baixada Santista. 


De acordo com a Secretaria de Saúde (Sesau), a seleção dos voluntários foi dividida por todos os bairros e por meio de sistema informatizado. Agentes comunitários de saúde e profissionais de enfermagem vão até a casa dos participantes. Não há nenhum custo para os selecionados. 


O exame só será realizado mediante autorização da pessoa, que receberá um termo contendo todas as informações do estudo e um telefone caso queira tirar dúvidas.  


O processo é simples: por meio de uma lanceta descartável, um pequeno furo é realizado na polpa de um dos dedos para extrair o sangue. Em seguida, a amostra é colocada no teste, que após 15 minutos dará o resultado. Se aparecer uma barra horizontal ao lado da letra “T”, significa que ela já teve contato com o vírus e já desenvolveu anticorpos para ele. 


Ao término, os munícipes participantes responderão um questionário de informações pessoais como sexo, idade e profissão. Além de perguntas com perfil socioeconômico como, por exemplo, se perdeu o emprego por conta da pandemia. Tudo será consolidado em um banco de dados, que será levado em conta nas decisões a serem tomadas pela Administração Municipal em relação ao enfrentamento e a condução da pandemia. 


Este exame, porém, é diferente do que é realizado na fase sintomática e quando a pessoa procura uma unidade de saúde, onde o que é colhido é a secreção das mucosas oral e nasal, visando identificar se há presença do vírus naquele momento. 


Aplicação e etapas 


Chamada de Epidemiologia da Covid-19 na Baixada Santista (Epicobs), a pesquisa abrangerá as nove cidades. Em cada fase, serão submetidos aos exames 2.478 pessoas. A realização é da Fundação Parque Tecnológico de Santos, e reúne mais de 40 pesquisadores de todas as universidades da região. 


O estudo ainda contará com mais três etapas, e terá um intervalo de 15 dias entre si. A expectativa é que, em um período de dois meses, 10 mil pessoas sejam testadas na Baixada Santista. A compra dos equipamentos para os exames foi financiada pelo Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb). 


  


Amostras por cidade em cada etapa 


Bertioga: 83 


Cubatão: 174 


Guarujá: 426 


Itanhaém: 135 


Mongaguá: 75 


Peruíbe: 91 


Praia Grande: 428 


São Vicente: 487 


Santos: 581 


Baixada Santista: 2.478 


Logo A Tribuna
Newsletter