Bolsonaro minimiza mensagens sobre protestos de março e pode antecipar retorno a Brasília

No sexto dia de descanso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Forte dos Andradas, em Guarujá, a movimentação de veículos é intensa e há a possibilidade de o político antecipar para a tarde desta Quarta-feira de Cinzas (26) o retorno a Brasília - ele chegou a falar que ficaria até quinta-feira (27) no município. Na porta do Forte, poucos turistas e fãs do presidente ainda marcam presença. No entanto, ele segue movimentando as redes sociais. Tudo por conta de atos que vêm sendo convocados para 15 de março em todo o país.

Os protestos ganharam repercussão na terça-feira (25), após a publicação de reportagens dando conta que Bolsonaro encaminhou a conhecidos e aliados um vídeo no qual convoca a população aos atos. Ele afirmou que possui alguns amigos com os quais compartilha mensagens de "cunho pessoal" e minimizou qualquer mal-estar com os demais poderes da República. Os protestos são classificados por rivais políticos como anti-Congresso e um ataque à democracia.

"Tenho 35 milhões de seguidores em minhas mídias sociais, com notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No WhatsApp, (tenho) algumas dezenas de amigos e trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto é tentativa rasteira de tumultuar a República", escreveu o presidente, em sua conta oficial no Twitter, na manhã desta quarta-feira.

O compartilhamento do vídeo gerou polêmica, com políticos de diversos partidos rechaçando o comportamento de Bolsonaro. Dois ex-presidentes da República condenaram as mensagens: Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. FHC chegou a dizer que "estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas e calar seria concordar". Lula foi além. "Bolsonaro nunca combinou com democracia. É um falso patriota que entrega nossa soberania aos EUA e condena o povo à pobreza".