Alunos com necessidades especiais ficam sem aula por falta de auxiliares no Litoral de SP
Escolas disponibilizam dois dias de aula por semana devido aos poucos funcionários
Atualizado em 19/04/24 - 06:23
Pais de alunos com necessidades especiais estão inconformados com a falta de auxiliares de apoio na rede de ensino de Guarujá, litoral de São Paulo. Os alunos das escolas municipais Sérgio Pereira Rodrigues, e José de Souza, estão tendo dois dias de aula por semana devido à grande demanda e poucos funcionários disponibilizados.
Diana tem um filho de 6 anos que está sem ir diariamente à escola há mais de um mês. Segundo ela, o menino está tendo aula apenas às terças e quintas-feiras, o que é contra a lei. "São 21 alunos no período da tarde para dois auxiliares, que só podem cuidar de, no máximo, três crianças. De manhã são 16 crianças, também para duas auxiliares", relata.
"Não só meu filho, como outras crianças estão tendo seus dias e horários de estudo reduzidos porque as auxiliares disponíveis não dão conta. Quando ele não vai à escola, tem que ficar em casa comigo, o que causa agitação, pois ele gosta de ir e se dá muito bem com os amiguinhos na sala de aula", comenta a mãe.
De acordo com Diana, vários pais tentaram conversar com a Secretaria de Educação (Seduc), mas só recebem a resposta de que o processo está em fase de contratação. "Infelizmente a Seduc não está dando o apoio necessário, mesmo sabendo que a escola está sobrecarregada", ressalta.
"Muitas crianças estão tendo regressão na aprendizagem. Meu filho já desaprendeu a escrever o nome. Muitas mães estão tendo de ficar com os filhos na escola por falta de apoio", conclui.
Em nota, a Secretaria de Educação de Guarujá afirma que "todas as Pessoas com Deficiência (PCDs) matriculadas na rede municipal de ensino são devidamente assistidas".
Segundo a Prefeitura, além do professor regular, os estudantes da Educação Especial contam com acompanhamento pedagógico de ao menos um especialista e um profissional de apoio.
"A exemplo, nas Escolas Municipais José de Souza e Sérgio Pereira Rodrigues, as PCDs têm o suporte de um especialista, além de dois e três profissionais de apoio, respectivamente. Para ampliar o atendimento individualizado aos alunos, a Prefeitura estuda abrir um novo processo de contratação ainda neste semestre", informou a Administração Municipal.
