Quedas em casa: ocorrências comuns

Dados apontam que 30% dos idosos sofrem acidentes do tipo

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  26/11/19  -  15:09
O aposentado Roberto Mackevicius caiu no banheiro e sofreu várias fraturas
O aposentado Roberto Mackevicius caiu no banheiro e sofreu várias fraturas   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Acidentes domésticos, como o que matou o apresentador Gugu Liberato, não são tão raros. As circunstâncias em que ele morreu, quando um chão de gesso do forro de sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, cedeu, são específicas, se comparadas com uma residência construída no Brasil, porém, quedas são mais comuns do que se imagina. Ainda mais se a pessoa for idosa. 


Segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, cerca de 30% da população idosa cai ao menos uma vez por ano. Quando se passa dos 75 anos, esse índice sobe para 50%. É preciso adaptar o lar para evitar esse tipo de problema. 


“A população idosa ainda é mais vulnerável. Em casa, banheiro e cozinha são os ambientes mais perigosos”, explica o ortopedista e docente do curso de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Roger Diniz. 


O médico explica que, no caso de crianças e adolescentes, também há riscos em casa, porém, bem menores. Em adultos homens, problemas do tipo podem ocorrer ao se tentar trocar uma lâmpada, por exemplo. “Entre os mais velhos, as mulheres são as que sofrem mais quedas”. 


De acordo com o fisioterapeuta e especialista em traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cadu Ramos, os prejuízos aos idosos, em caso de queda, tendem a ser maiores, por conta da musculatura já menos rígida. “A cada idoso que morre de câncer, sete são vítimas fatais de quedas”, ressalta. 


Cuidados 


Idosos que costumam se levantar durante a noite e ir ao banheiro correm riscos. Caso estejam de chinelos ou mesmo só de meias, as chances de um acidente aumentam. “Recomendo que sente na cama, conte até 10 e acenda uma luz. De preferência, que já haja algum interruptor na cabeceira da cama ou um abajur”, explica. 


O médico também recomenda tirar cadeiras e fios do caminho, além de usar um calçado em que o pé fique bem encaixado, se possível com antiderrapante.  


Um degrau 


O aposentado Roberto Airton Mackevicius, de 75 anos, de Santos, entrou para a estatística. Ele fraturou a perna direita, o cóccix, o joelho, um dedo da mão esquerda, além de torcer o pé esquerdo. Tudo isso por causa de um degrau de 10 centímetros no box de seu banheiro.  


Ele havia acabado de sair do banho, tropeçou e caiu, coma perna direita na frente. “Eu precisei que dois amigos me tirassem de lá e colocassem na cama”, diz ele. “Na época, eu estava com 148 quilos”, afirma. 


Mackevicius explica que toma cuidados em casa, como não ter tapetes ou deixar móveis à mostra, mas o pequeno detalhe dentro do box foi suficiente para derrubá-lo. “Foram 90 dias para me recuperar”, lembra. 


Hoje, o aposentado ainda tem sequelas na mão esquerda, assim como pequenas dores nos joelhos. Nada comparado a antes. A redução de peso, para 102 quilos, ajudou bastante no processo, mas ele diz que as quedas não devem ser subestimadas. “Todo mundo pode cair. E os detalhes é que fazem a diferença no cuidado”. 


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