Prevista para 2022, privatização da travessia de balsas no litoral de SP deve 'congelar' tarifas

Estado prevê investimentos para melhorias do sistema e afirma que não está previsto aumento nos preços

Por: Maurício Martins  -  14/05/21  -  14:19
Atualizado em 14/05/21 - 14:57
    Travessia de balsas deve ser privatizada até 2022
Travessia de balsas deve ser privatizada até 2022   Foto: Matheus Tagé/AT

Um sistema de balsas modernizado, com investimentos da iniciativa privada, e sem previsão de aumento de tarifa para os usuários. É o que promete o Governo do Estado com a concessão do sistema de travessias litorâneas. O processo deve ser concluído até o final do ano, para que a empresa vencedora assuma em 2022.


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O secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, explica que uma audiência pública será feita no dia 26 de maio, às 10 horas, de forma virtual (regulamento no site) , para que a população tire dúvidas e faça sugestões para aperfeiçoar o edital de concessão.


“Todas serão analisadas e podem ser acolhidas. Depois, vamos para a publicação do edital, ao longo do primeiro semestre. E, no segundo semestre, o leilão. Aí tem prazo para apresentação da documentação e acho que em até seis meses a empresa assume. Muitas já demonstraram interesse”.


A concessão vai incluir serviços de operação, conservação, manutenção e investimentos no sistema de transporte aquaviário de veículos e passageiros. Oito travessias compõem o sistema em todo o litoral. A estimativa é que elas recebam R$ 240 milhões em investimentos relacionados à aquisição de novos equipamentos e instalações, além de R$ 110 milhões no primeiro ano em serviços e manutenção. Na Baixada Santista estão três: Santos/Guarujá, Bertioga/Guarujá e Santos/Vicente de Carvalho.


“Entre Santos e Guarujá temos problemas com o canal do Porto, então as alterações ficam restritas. Mas podemos ter modernização em embarcações, balsas maiores para mais volume por viagem, são alternativas para que o modelo possa ser aprimorado”, diz Machado Neto.


Questionado sobre problemas nessa travessia, como filas e demora, o secretário disse que isso já não ocorre mais. “Do ponto de vista da operação não temos problema, temos tido até uma boa performance. Mas claro que imaginamos que com a privatização possa ter mais investimentos que aumente a oferta, mas hoje estamos trabalhando dentro dos limites de horários que imaginamos, 15 minutos Santos/Guarujá”.


Tarifa maior?


Atualmente, as travessias litorâneas são administradas pelo Departamento Hidroviário, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes, já que a Dersa foi dissolvida. Hoje, o serviço transporta 28 mil automóveis e 22 mil pedestres e ciclistas por dia. O déficit operacional é de R$ 76 milhões ao ano, suportado pelo do Estado.


Questionado sobre possível aumento de tarifa, já que a empresa que assumir precisará de um equilíbrio financeiro, o secretário garante que não há essa previsão. “A concessionária vai trabalhar com a menor tarifa e tem que ter performance, agilidade nas contratações, salários. Tudo isso o privado tem competência para fazer, diminuindo esse déficit. A oferta para o Estado vai se basear nesse aspecto: uma concessão onde haja melhor performance, sem impacto tarifário para o usuário”.


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