Líder religioso faz apelo e pede que ninguém 'pule ondinhas' na Baixada Santista no Réveillon

Praticante do candomblé teme que homenagens a Iemanjá causem aglomerações nas praias na Baixada Santista em meio à pandemia

Por: Daniel Gois  -  21/12/20  -  12:28
Pai Marcelo recomenda que devotos encham a casa de flores no Réveillon
Pai Marcelo recomenda que devotos encham a casa de flores no Réveillon   Foto: Reprodução/Pixabay

“Flores em casa!” A recomendação é do 'Pai' Marcelo de Ologunedé, líder religioso e presidente da Casa de Culto Afro Brasileiro Ile Ase Sobo Oba Árirá, em Santos. Ele faz um apelo para que os devotos não promovam aglomeração nas praias na virada do ano, em função das homenagens e pedidos para Iemanjá.


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“Você vê, no fim do ano, pessoas de diversas religiões estando à beira mar, para jogar flores e pular sete ondas. Para esse ano, com certeza não pretendemos fazer isso, porque não há possibilidade. Orientamos que as pessoas encham a casa de flores brancas e coloquem uma jarra de água, de vidro ou cristal, para simbolizar a água do planeta”, explica Pai Marcelo.


Tradicionalmente, seguidores de diferentes religiões costumam prestar homenagens a Iemanjá durante o Réveillon, distribuindo flores brancas nos mares e pulando sete ondas, além de fazer eventuais pedidos e agradecimentos.


Na passagem de 2020 para 2021, a recomendação do líder religioso é que deixem a tradição de lado em função da pandemia de Covid-19, com intuito de evitar aglomerações. Pai Marcelo ressalta que as homenagens podem ser feitas em outras datas, sem gerar tumultos nas praias.


“Em uma próxima oportunidade, não necessariamente no rompimento do ano, podemos levar essas flores para os mares. E quem quiser pular as ondas, pula. Isso é sensacional. É dessa forma que estamos difundindo nesse momento atípico que é a pandemia. A pessoa estará fazendo uma grande ação para ela e para os demais, por se tratar de uma preservação humana. Não podemos colocar a fé acima da ciência”, alerta o líder religioso.


Queima de fogos


Por conta da alta nos casos de Covid-19, ao menos seis prefeituras da Baixada Santista decidiram não realizar queima de fogos na virada para o ano de 2021. A ideia é não provocar aglomerações de pessoas na areia e no entorno das praias.


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