Especialistas explicam como diferenciar sintomas da dengue e covid-19

Apesar das manifestações das doenças serem parecidas, é possível identificar distinções. Veja como

Por: Victor Barreto  -  17/02/24  -  23:04
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

A epidemia de dengue no Brasil leva a uma preocupação adicional: como distinguir os sintomas da dengue e da covid-19? Afinal, sinais como febre, dor no corpo e perda de apetite estão presentes nas duas doenças. De acordo com especialistas, a característica que as distingue são os sintomas respiratórios.


De acordo com o médico infectologista Marcos Caseiro, sinais como tosse e coriza, por exemplo, remetem ao coronavírus, doença com número ainda significativo de casos, diz ele. “Nós estamos também numa epidemia de covid. Tivemos um aumento intenso do número de casos nas últimas semanas”, afirma.


Se há qualquer sintoma respiratório, a recomendação é que o paciente use máscara e procure um serviço médico para fazer a testagem.


A febre, embora seja um sintoma comum às duas doenças, se apresenta de maneiras diferentes. Conforme Caseiro, no caso da dengue, costuma ser alta. Pode chegar a 39 graus e durar em torno de três dias. Na covid-19, os quadros febris, geralmente, não são tão altos.


“Se um indivíduo apresenta um quadro febril, mialgia (dor muscular) e qualquer outro sinal, mais sintomas respiratórios, o encaminhamento tem que ser para a covid”, ressalta.


Mais doenças

O professor titular de Infectologia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Roberto Focaccia, reforça que a dengue também pode se confundir com outras arboviroses que ocorrem no Brasil — chikungunya, zika e febre amarela.


“Há testes rápidos específicos para arboviroses já no pronto atendimento e, se houver dúvidas no diagnóstico diferencial, é preciso fazer testes específicos para cada uma delas”, diz.


Ainda segundo Focaccia, o paciente que suspeita ter dengue ou covid deve evitar a automedicação, pois há medicamentos que podem provocar efeitos colaterais. “Não se devem administrar aspirina, anti-inflamatórios ou corticoides, sob risco de provocarem uma hemorragia”, adverte.


De acordo com o infectologista Marcos Caseiro, o ideal é que apenas a dipirona seja utilizada. Caso o paciente seja alérgico ao medicamento, o paracetamol é opção secundária.


Caseiro lembra, também, que ainda não há medicação contra a dengue depois que se contrai a doença. Por isso, a hidratação é fundamental para quem está infectado. “Pessoas que morrem de dengue morrem por desidratação. Então, nos primeiros sintomas de febre, deve-se beber muito líquido”, recomenda o médico.


Outra recomendação importante, segundo Marcos Caseiro, é referente aos grupos de risco da dengue, que incluem pessoas com comorbidade, gestantes, pacientes hipertensos ou com doenças respiratórias. Essas pessoas, como saliente o médico, devem procurar imediatamente um serviço médico caso haja suspeita da doença.


A urgência na procura pelo atendimento também é válida para quem apresentar sinais de alerta, como vômito, náusea, confusão mental, letargia, dor abdominal e qualquer tipo de sangramento. “Esses indivíduos têm que procurar imediatamente o pronto-socorro para receber a hidratação, se for o caso, na veia”, adverte Caseiro.


Lembrete

De acordo com o Ministério da Saúde, estes são os principais sintomas de dengue: febre alta, dores no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Os sinais de alerta da doença, para casos potencialmente mais graves, são caracterizados por dor abdominal intensa, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, sangramento de mucosa e irritabilidade.


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