Com Santos na 'liderança', relatório aponta praias ruins e péssimas na Baixada Santista

Classificação de qualidade das águas litorâneas do ano de 2020 foi divulgada nesta terça (15) pela Cetesb

Por: Maurício Martins  -  16/06/21  -  07:14
Atualizado em 16/06/21 - 07:20
 Em Santos, cinco praias tiveram classificação péssima e duas ruins
Em Santos, cinco praias tiveram classificação péssima e duas ruins   Foto: Matheus Tagé/AT

A qualidade da água da maioria das praias da Baixada Santista ficou entre ruim e péssima em 2020, segundo relatório anual divulgado nesta terça-feira (15) pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O balanço mostra que, das 70 praias monitoradas na região, 39 foram classificadas como ruins ou péssimas (aumento de 18,2% em relação a 2019), 20 como regulares (queda de 33,3%), 10 boas (+42,8%) e uma ótima (não houve no ano anterior).


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O pior resultado ocorreu em Santos, onde cinco praias tiveram classificação péssima e duas ruins. O melhor desempenho foi em Bertioga, com sete boas, duas regulares e uma ótima, a de Guaratuba, a única na Baixada Santista.


Segundo a Cetesb, houve suspensão temporária do monitoramento da balneabilidade por quatro meses, entre abril e julho, devido à pandemia. Essa paralisação pode ter influenciado negativamente nos resultados, já que o período sem amostras costuma ser justamente de águas mais limpas por ter menor quantidade de chuvas e menos fluxo de pessoas nas praias.


Comparação


Em 2019, o mesmo relatório apontou 33 praias ruins ou péssimas, 30 regulares e sete boas. Para a gerente da Divisão de Qualidade das Águas Litorâneas da Cetesb, Claudia Lamparelli, afirma que, mesmo com o aumento das piores classificações, houve redução no índice de bactérias fecais (enterococos) nas águas coletadas, o que é positivo, especialmente se analisado o período das coletas - começo e fim do ano.


A diminuição mais expressiva foi em Santos e em São Vicente, onde a média de bactérias encontradas diminuiu até 40%. Santos que tinha todas as sete praias monitoradas péssimas em 2019, teve com pequena evolução e duas ficaram ruins em 2020 (ainda é o pior resultado da região). Já São Vicente, com as seis ruins ou péssimas em 2019, teve três regulares no ano seguinte.


Claudia acredita que melhora nessas cidades deve estar associada à diminuição do número de turistas que se dirigiram à Baixada Santista em 2020, devido às restrições impostas pela pandemia, além do menor nível de chuva e de investimentos em saneamento realizados pela Sabesp nos municípios.


“Santos e São Vicente melhoraram. Peruíbe teve uma praia que ficou própria o ano inteiro, o que não acontecia há quatro anos. Considerando que tivemos uma lacuna de resultados no meio do ano, dentro das limitações, não dá pra dizer que piorou a situação da Baixada”, diz a gerente da Cetesb.


Cubatão


O monitoramento inclui o município de Cubatão que, embora não possua praias, conta com um ponto de amostragem no Rio Perequê, no Parque Ecológico do Perequê, que atrai grande número de banhistas nos fins de semana e feriados. Ali, a água foi classificada como boa no ano passado, uma melhora em relação à 2019, quando estava regular.


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Monitoramento


Segundo os critérios estabelecidos na Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 274/2000 e em normas definidas pela Cetesb, as praias são classificadas como próprias ou impróprias para fins de recreação de contato primário, conforme as densidades de bactérias fecais (enterococos) presentes na água do mar, constatadas em análises de amostras coletadas todas as semanas.


Os resultados desse trabalho são divulgados semanalmente pela Cetesb, apontando a qualidade das águas das praias. Nas praias monitoradas, bandeiras Verde (própria) ou Vermelha (imprópria) alertam os banhistas, indicando se a praia está adequada para banho. Em seu relatório anual, a Cetesb classifica as praias em ótima, boa, regular, ruim e péssima, com base nos monitoramentos semanais ou mensais.


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