Chegada de navio gigante suspende travessia de balsas em Santos nesta segunda

Navios como o porta-contêineres CMA CGM Vela, de 347,4 metros, que atracará nesta segunda-feira (24), a partir das 13h30, no Porto de Santos, serão mais frequentes na região. Isso acarretará em mais paralisações e, até que não haja uma ligação seca entre as duas margens do canal de navegação, haverá transtornos a quem precisa se deslocar de balsa de Santos a Guarujá.

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É o que pensa, em resumo, o especialista em Mobilidade Urbana e Portos e professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta) Rafael Pedrosa.

Ele explica que, como o canal do Porto é estreito, exige-se a interrupção do tráfego marítimo para que as manobras de navios como o que vai atracar hoje sejam mais seguras.

“Tende a ser algo mais frequente (essas embarcações chegarem ao Porto), então, consequentemente, as interrupções serão maiores, solicitadas pelos práticos, para garantir segurança”, diz.

Rafael Pedrosa pensa que a concretização do túnel ficará mais próxima com a privatização da Autoridade Portuária. A licitação prevê que a concessionária será obrigada a construí-lo, ao custo estimado de R$ 4,2 bilhões, conforme a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Divisão
Quem usa com frequência as balsas entre Santos e Guarujá se queixa da situação, e as opiniões sobre a ligação seca vão do ceticismo à esperança.

O aposentado Nivaldo Ribeiro, de 56 anos, é um dos que põem a ideia em dúvida. “Será que sai? Sei não. Ouço isso a vida toda. Agora, com a privatização do Porto, estão falando que vai sair, mas não sei. O que sei é que é um transtorno qualquer coisa que acontece. Quando a maré está alta, para. Fim de ano, tem fila”, desabafa ele.

O pastor Saul Ferreira, de 40 anos, está mais esperançoso. “Acho que agora vai acontecer, porque o dinheiro já vai estar certo para que construam o túnel quando privatizarem o Porto”, diz.

O operador de petroquímica, Douglas Carvalho, de 25 anos, concorda. “Acho que agora haverá mais chances de sair do papel essa obra, que é tão importante para quem mora aqui na região”.

O projeto
A ligação seca entre as duas cidades está prevista como obrigação da nova concessionária que assumir a Autoridade Portuária através da privatização. A partir da data em que a iniciativa privada tomar posse da gestão do Porto, o prazo para se concluir a obra é de sete anos. Segundo o que está indicado no projeto, a construção prevê três faixas de rolamento, ciclovia e passagem de pedestres, com tempo de travessia de cinco minutos, e preparação para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Do lado de Santos, a entrada será pela Avenida Perimetral, na altura do Macuco. As saídas serão pela Avenida Perimetral e pela Rua Almirante Tamandaré. Em Guarujá, tanto entrada quanto saída ocorrerão pela Rua Santo Amaro, em Vicente de Carvalho. O projeto prevê, ainda, pedágio para acessar o túnel, estimado em R$ 14,00. Ficaria na saída do túnel do lado de Guarujá.

Leilão
A Autoridade Portuária será leiloada sob o critério de maior valor de outorga, estipulado pela Antaq em R$ 3,015 bilhões. Também se preveem R$ 6,3 bilhões em investimentos, dos quais R$ 2,1 bilhões em infraestrutura e R$ 4,2 bilhões para execução do túnel. Após debates, ficou definido que a responsabilidade pelo projeto do túnel será do concessionário da empresa que administrará o complexo portuário.

Túnel
No mês passado, quando os dois candidatos ao Governo Estadual que agora disputam o segundo turno estiveram no Grupo Tribuna, A Tribuna os questionou sobre a ligação das margens do Porto, perguntando qual seria o melhor modelo. Ambos citaram o túnel.

“Eu já me reuni com técnicos e a minha convicção é de que, no longo prazo, apesar de mais caro, o túnel é uma solução definitiva para essa situação. Mas eu ainda vou, em janeiro do ano que vem, se eleito, fazer mais reuniões com as equipes do Estado. A decisão vai ser tomada ano que vem. Não vou adiar uma coisa que faz 30 anos que estão esperando”, afirmou Fernando Haddad (PT).

“Deve-se construir a ligação seca Santos-Guarujá a partir da privatização do Porto, por meio do túnel. Isso é tecnicamente melhor no sentido de não obstruir as manobras das embarcações. E o custo desse túnel vai ser com a outorga da privatização. Ou seja, parte do recurso da privatização vai ser empregada no túnel”, defendeu Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

A ligação seca entre as duas cidades está prevista como obrigação da nova concessionária que assumir a Autoridade Portuária através da privatização. A partir da data em que a iniciativa privada tomar posse da gestão do Porto, o prazo para se concluir a obra é de sete anos. De acordo com o que está indicado no projeto, a construção prevê três faixas de rolamento, ciclovia e passagem de pedestres, com tempo de travessia de cinco minutos, e preparação para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).