Era um dia de forte chuva quando o cachorro Pit foi resgatado de uma tubulação de um canal, com apenas três meses de vida. O plano dos irmãos Renan Silva Dias e Bruna Silva Dias era encontrar outro lar para o pet, realizando divulgações nas redes sociais a procura de um novo dono. Mas essa busca foi interrompida pelo próprio Renan, quando Pit passou a acompanhá-lo em suas práticas esportivas. Hoje, Pit está com nove anos, e Renan o considera como um filho.
“É como se fosse um filho de quatro patas. Com certeza incentiva. Muitas vezes vou na garagem pra fazer algo e ele está me cutucando, pra sair. Se eu mexo na moto e ligo, ele já quer vir. Já acostumou com bicicleta, moto, caiaque. Quando alguém chega perto de um desses, ele late e avança em cima”, destaca Renan.
Pit foi resgatado em Guarujá com apenas três meses de vida. Comovidos, os irmãos, moradores do Embaré, em Santos, trouxeram o animal para casa, visando encontrar um novo dono em seguida. Renan recorda que o pet estava “assustado e magrinho” nos primeiros dias em que tiveram contato.
A prática esportiva está no DNA de Renan Dias. Ele, que é biólogo marinho e estudante de engenharia civil, costuma levar Pit para passeios de bicicleta, caiaque, stand up paddle e até salto de parapente. As vivências são tantas que Renan decidiu criar uma página nas redes sociais para compartilhar fotos da vida esportista de Pit.
“A gente não tinha cachorro, só gatos. Comecei a sair com ele de bicicleta, comprei a cestinha. Foi o primeiro esporte que ele acostumou. Ele teve um passado difícil. Não é daqueles cachorros que nasceu em berço de ouro. É uma companhia boa, que gosta. Não é algo forçado. Ele não reclama. Ele quer ir”, afirma Renan, que tem o hábito de resgatar gatos e cachorros desde criança.
Bruna Dias recorda os primeiros dias em que trouxe Pit para casa e a afinidade que o irmão criou com o pet, decidindo mudar de ideia sobre a doação.
“Ele (Pit) estava com medo, bem magrinho e desnutrido. Logo depois ele se soltou, ficou brincalhão e se recuperou. Acabou que ficamos com ele. Tínhamos gatos e uma cachorra. Quando chegou esse, o Renan mudou: comprou uma cestinha, saía de bicicleta com ele. O Pit é muito carinhoso com todos, mas com o Renan há uma ligação muito forte”, afirma a irmã.
De forma voluntária, Bruna Dias, que é técnica em química e turismo, realiza resgate de animais e busca por novos adotantes. O trabalho é feito nas redes sociais, com divulgação no Instagram.
“É muito cansativo, mas também gratificante. É o pique que dá pra ajudarmos outro, e por isso não tem fim. Ajudamos uma pessoa, e em seguida, nos envolvemos mais. Se cruzar meu caminho, vou ajudar”, afirma Bruna.