A Tribuna 130 anos: Crescimento nos anos 1950

Sob o comando de M. Nascimento Jr., chegava a Santos a rotativa Koenig Bauer, a mais avançada até aquela data

Por: ATribuna.com.br  -  26/03/24  -  04:00
De origem alemã, a nova rotativa tinha capacidade para 64 páginas e tiragem de 20 mil exemplares a cada 60 minutos
De origem alemã, a nova rotativa tinha capacidade para 64 páginas e tiragem de 20 mil exemplares a cada 60 minutos   Foto: Douglas Aby Saber/AT/Arquivo

O poderio técnico de A Tribuna continuava crescendo ao longo da década de 1950. Em março de 1954, o periódico, sob o comando de M. Nascimento Jr., promovia mais uma reforma em suas oficinas. Diretamente da Europa, veio para Santos a rotativa Koenig Bauer, considerada a mais avançada até aquela data. De origem alemã, tinha capacidade para 64 páginas e tiragem de 20 mil exemplares a cada 60 minutos. Naquela época, de acordo com os arquivos de A Tribuna, o jornal tinha 22 linotipos. Só alguns veículos do Rio e de São Paulo possuíam tamanha capacidade gráfica.


As notícias, claro, continuavam surgindo diariamente: o suicídio do presidente Getulio Vargas, em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro; a morte da cantora Carmem Miranda, aos 46 anos, em 5 de agosto do ano seguinte; as eleições presidenciais de 1955, que teriam vitória de Juscelino Kubitschek; o rock e o balanço de Elvis Presley, que agitavam a juventude, e o surgimento da Bossa Nova, com João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes; e o título mundial do Brasil na Copa do Mundo de 1958, ao derrotar a Suécia por 5 a 2.


No final daquela década, porém, uma notícia triste: em 29 de maio de 1959, morreu, na Santa Casa de Santos, Manoel Nascimento Júnior. O cearense tinha 83 anos, dos quais 50 dedicados ao jornal. O velório foi realizado no Salão Nobre da Prefeitura de Santos, com a presença de muitas autoridades e admiradores. No dia seguinte, o cortejo a caminho do Cemitério do Paquetá percorreu as ruas do Centro Histórico e passou na frente da sede do jornal, como previa o roteiro da despedida. Prefeitura de Santos e Câmara dos Vereadores chegaram a decretar ponto facultativo.


“Nascimento Júnior foi uma figura venerada em Santos. Cinquenta anos de A Tribuna significam, em sua vida, cinquenta anos de trabalho diário pelas causas do porto paulista, pela população da cidade que adotou e amou até morrer, por Santos, seus problemas, suas lutas, seus sofrimentos, seus triunfos”, lembrou trecho de reportagem, publicada na ocasião, sobre a morte.


A partir de então, o genro Giusfredo Santini, que já atuava em A Tribuna, assumiu a direção do jornal. Por sua vez, o filho de Giusfredo, Roberto Mário Santini, passou a ocupar o cargo que era do pai, de superintendente.


Novidades começam a surgir, já na década seguinte, como a criação, pelo jornalista Hamleto Rosato, em 1960, do suplemento A Tribuninha, que tanto sucesso fez entre as crianças de Santos e região, e da Rádio A Tribuna de Santos Ltda., em 31 de julho de 1961, por Roberto Mário Santini.


E não era só: A Tribuna seguia aprimorando o jornalismo e as técnicas de impressão para melhorar e agilizar o conteúdo que chegava ao leitor. O diretor Giusfredo Santini costumava viajar para a Europa em busca de conhecimento e de novos equipamentos gráficos. O filho e superintendente, Roberto Mário, o ajudava no trabalho de modernização das instalações.


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