Especialistas recomendam suspensão de festas de Natal devido ao aumento de casos de Covid-19

Comemoração deve ser feita apenas entre parentes que estejam convivendo na mesma casa durante a pandemia. tudo para evitar um aumento ainda maior da doença

Por: Rosana Rife  -  17/12/20  -  02:20
Especialistas buscam evitar dar mais combustível para a elevação de casos de covid-19
Especialistas buscam evitar dar mais combustível para a elevação de casos de covid-19   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A menos de dez dias do Natal, especialistas recomendam adiar as grandes celebrações em famílias. A indicação para o momento é manter reunião apenas com parentes que já convivem na mesma casa, reforçando o distanciamento social. O mesmo vale para o Réveillon. Tudo para evitar dar mais combustível para a elevação de casos de covid-19.


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“Os casos estão avançando rapidamente, o número de casos graves se eleva e é possível termos uma realidade de falta de vagas, mesmo no setor privado. Isso gera aquilo que mais temíamos, pessoas sofrendo ou morrendo sem a possibilidade de auxílio médico. Por isto o cancelamento de confraternizações de Natal deve ser considerado”, diz o médico infectologista e membro da sociedade Brasileira de Infectologia, Renato Grinbaum.


O médico infectologista Evaldo Stanislau fez um post em suas redes sociais apelando para a conscientização das pessoas nesse momento da pandemia. “O vírus não olha para o calendário. Não quer saber se é Natal ou Ano-Novo”, disse ressaltando a importância da conscientização. “Qualquer aglomeração é uma facilitação para a transmissão e a aglomeração continua sendo um fator de grande risco”.


O especialista cita pesquisas que apontam os motivos pelos quais mesmo festas familiares podem se transformar em focos de contágio. “Existem diversos estudos dizendo que, quando a gente fala alto ou canta, a distância em que as nossas partículas respiratórias chegam é muito maior. Então, nós potencializamos a capacidade de transmitir o vírus”.


Acrescente a isso o fato de as pessoas estarem embaladas no clima de festa, com som mais alto, retirando a máscara para comer ou beber - não somente durante a ceia, mas ao longo da noite - é um cenário perfeito para a atuação do vírus, destaca Stanislau. “As pessoas vão, naturalmente elevar o tom de voz, abaixar a máscara. Então você tira a sua barreira e manda as partículas respiratórias mais longe”.


Segundo ele, há pesquisas apontando que, em áreas de alimentação coletiva, aumenta-se em até três vezes a chance de contágio. E, por mais que se conte com um protocolo sanitária perfeito, aglomeração sempre será sinônimo de risco, destaca Stanislau.


“A consequência é imprevisível. Pode ser que nada aconteça, pode ser que aconteça uma contaminação com um bom desfecho ou uma contaminação com mau desfecho. A recomendação é que não festeje, que cada um fique com os núcleos familiares que já estão convivendo”.


E, mesmo assim, mantenha os cuidados básicos, como higienização das mãos, uso de máscara e distanciamento. “Para a ceia, escolha, preferencialmente, um lugar aberto. Nada daquela sala de jantar fechada, sem janela, com as pessoas muito próximas uma das outras. Esse ano, é para colocar a mesa no quintal, no terraço, na frente de casa. Enfim, em espaços abertos e ventilados”, avisa a Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Raquel Stucchi.


Para os especialistas, as comemorações estarão liberadas no pós-vacinação. “Os resultados preliminares da vacina são muito bons. A segurança é excelente. Em questão de poucos dias tudo estará regularizado e autorizado pela Anvisa. É preciso só um pouco mais de paciência. Estamos só adiando as comemorações e não cancelando”, finaliza Stanislau.


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