Especialistas explicam como encher o tanque do carro e manter o equilíbrio

Além da diferença de preço, a gasolina comum e a aditivada têm aspectos positivos e negativos

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  27/08/19  -  19:14
Em geral, veículos que trafegam no anda e para requerem gasolina aditivada
Em geral, veículos que trafegam no anda e para requerem gasolina aditivada   Foto: Irandy Ribas/ AT

A poucos metros do posto de combustíveis, surge a dúvida na hora de abastecer: gasolina comum ou aditivada? A diferença média de R$ 0,50 por litro entre os dois tipos pesa na hora da decisão. A escolha errada, contudo, pode gerar menor aproveitamento do motor e problemas mecânicos.  


A melhor opção depende de um conjunto de fatores e da especificação técnica do veículo, visível no manual do proprietário (que traz informações do tipo de combustível mais aconselhável para o modelo). 


Especialistas sugerem esta proporção: encher o tanque uma vez com gasolina aditivada e cinco vezes com a comum. 


A relação pode mudar conforme o tipo de veículo e perfil do condutor. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aconselha proporções diferenciadas entre os dois tipos de gasolina nos grandes centros urbanos, em especial na situação anda e para. Em estradas ou em lugares onde o veículo roda a velocidades altas, recomenda-se gasolina comum.  


“O ato de acelerar e frear em curtos intervalos de tempo atrapalha a queima do combustível, gerando mais fuligem [matéria escura, gordurosa]. Nesses casos, pede-se uma maior proporção de aditivada”, diz o professor universitário e coordenador dos laboratórios químicos da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Persio Torre.  


Ele explica que a gasolina aditivada recebe componentes químicos para limpar a fuligem que se prende nas peças do sistema de combustão. “Essa substância [aditivo], misturada à gasolina, age como uma espécie de sabão para retirar os resíduos presos nos bicos injetores, carburadores”, afirma ele.  


“O uso exagerado de aditivos pode entupir os sistemas de injeção. É preciso sempre avaliar o comportamento do carro”, continua. 


Outra dica para veículos novos é uma mistura gradativa de ambas. Recomenda-se uma mistura de 10% de gasolina aditivada e, a cada abastecimento, elevar o percentual, até atingir 100%.  


Menor vida útil 


Mecânico da Gatto Autopeça, Jânio Aquino da Silva explica que o excesso de fuligem reduz a vida útil do carro e afeta o rendimento do motor. Ele afirma que o primeiro sinal de sujeiras acumuladas nas peças é o maior consumo médio de combustível. “A gasolina comum tem mais enxofre, que facilita o acúmulo de sujeira”. 


Silva faz a seguinte comparação: a gasolina comum age no veículo como se fosse um alimento rico em gordura para as veias humanas. O uso desproporcional pode levar ao entupimento e à parada do motor. 


“É aconselhável também fazer manutenção frequente, com troca de óleo e do filtro”, acrescenta. 


Logo A Tribuna
Newsletter