Entidades da Baixada Santista temem ficar sem receita durante pandemia

Sem festas beneficentes, a arrecadação das entidades filantrópicas despenca

Por: Nathália de Alcantara & Da Redação &  -  17/05/20  -  17:02
  Foto: Arquivo/Silvio Luiz/AT

O final deste mês marcaria o começo de muitas festas juninas, a maioria promovida por entidades assistenciais da região. O detalhe é que, por causa da pandemia de coronavírus, esses eventos não têm previsão para acontecer.


A Festa Inverno, que seria realizada em julho pela Prefeitura de Santos, depende do final do período de isolamento social para sua realização. Segundo a Administração Municipal, é preciso aguardar o prazo determinado pelo Governo do Estado para fim da quarenta – dia 31 – para tomar a melhor decisão a respeito e em conjunto com os representantes das entidades parceiras do evento.


No ano passado, houve a participação de mais de 20 entidades parceiras do Fundo Social de Solidariedade (FSS), que exploraram lanchonetes e restaurante na Arena Santos e conseguiram verba para a manutenção de suas atividades.


Dificuldade


Entre elas, está a Casa Vó Benedita, que via esse evento como uma oportunidade para equilibrar as contas no meio do ano. Segundo a diretora presidente da entidade, Elizabeth Rovai de França, a tia Beth, já houve uma queda de 80% na arrecadação da casa.


“As contribuições financeiras ajudam a sustentar a casa. E nem eventos podemos fazer. Somando as três casas, temos 65 funcionários. Estamos com dificuldade para pagar os salários, que não foram reduzidos. Também não dispensamos ninguém.”


A unidade 1 é um abrigo para 20 crianças e adolescentes encaminhadas pela Vara da Infância e da Juventude. Hoje, cada funcionária tem uma criança abrigada em casa. Apenas dois adolescentes estão no local. É feito um plantão para os acolhimentos necessários. 


A unidade 2 é uma creche noturna para 60 crianças. Elas estão em quarentena, em casa. A unidade 3 também está fechada por ter curso de música, MPB e chorinho, com programa Jovem Aprendiz e bazar.


Para ela, uma ideia seria transferir o evento para a temporada de verão. “Podemos discutir isso para dar uma compensada mais para a frente. A realidade é que a perda será enorme e fará muita falta para a gente. A situação já está bem difícil hoje.” 


Lar das Moças Cegas


Situação parecida vive o Lar das Moças Cegas. Segundo o presidente, Carlos Antonio Gomes, o momento é sensível. E não poder contar com a renda da Festa Inverno é “terrivelmente ruim”. A instituição tem 420 alunos e 120 funcionários.


Ele diz que muitas pessoas não estão podendo ajudar, e os eventos, que traziam uma renda a mais, também não podem ser realizados. “Se está ruim para as empresas, imagine para as entidades. São muitas despesas e as famílias dos alunos também contam com a gente. É uma missão que temos de continuar cumprindo.”


{SUMMARY}


“Aceitamos doações de cestas básicas, alimentos e produtos de higiene e limpeza. A ajuda financeira será para pagar cumprir com pagamentos de funcionários e despesas e contas da entidade”<MC><QA0>


<EL6>Elizabeth Rovai de França<MC><QA0>


Diretora presidente da Casa Vó Benedita


{SUMMARY}


<COATR6_2_00>preocupação



 


“Nós entramos em contato com parceiros e pedimos ajuda. É guerreiro quem tem essa missão de estar à frente de uma entidade em tempos como os atuais. Muitas vão quebrar, porque está difícil”<QA0>


<EL6><MC>Carlos Antonio Gomes<MC><QA0>


Presidente do Lar das Moças Cegas


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