Encontro promovido pelo Camps chama os jovens a refletirem sobre tecnologia

Evento busca despertar ideias para o futuro do trabalho

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  29/04/19  -  23:07
Encontro promovido pelo Camps chama os jovens a refletir sobre tecnologia
Encontro promovido pelo Camps chama os jovens a refletir sobre tecnologia   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O noticiário informa o fechamento de vagas de emprego e o surgimento de máquinas capazes de desempenhar trabalhos. Em meio a esse cenário, uma pergunta: quais os empregos do futuro? A questão foi tema de palestras e debates, no sábado (27), promovidos pelo Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social (Camps) de Santos.


Cerca de mil jovens, entre 16 e 22 anos, participaram da iniciativa, no Espaço Docks, no Centro. O presidente do Camps, Elias Francisco da Silva Júnior, destacou que o principal objetivo foi despertar no jovem o entendimento de que a tecnologia é uma realidade. “Temos que desmistificar essa questão de que a tecnologia vai acabar com o emprego. Ela tem que ser pensada como uma ferramenta para o futuro, seja para a vida profissional ou pessoal”.


Jovens no processo


Um dos palestrantes foi Sérgio Gama, engenheiro mecatrônico e especialista em Desenvolvimento de Software, Data Science, Inteligência Artificial, Big Data e IoT (sigla para internet das coisas) da IBM. Para ele, até a atual geração de estudantes se formar, pelo menos metade das profissões terá mudado.


“Essa garotada tem um desafio: a grande quantidade de informação. Elas serão impactadas pelas possibilidades e a dificuldade de tomar uma decisão”, diz.


Gama explica que os jovens devem ser orientados a “reaprender o aprender”. “Devem ser mais articulados do que acumuladores de conhecimento. Hoje, as escolas e universidades procuram fazer com que acumulemos conhecimento. Isso vai mudar”.


Ele entende as pressões nessa área, mas diz ser preciso levar a vida sem tanta cobrança. “Mudanças vão acontecer sempre.”


Mudanças


Segundo Fernando Veiga, diretor de Operações da Zero Treze Innovation Space, professor, pesquisador e desenvolvedor de projetos didáticos na área de tecnologias educacionais para crianças e adolescentes, as profissões não vão acabar. “Vão se transformar”.


“A inteligência artificial ou qualquer outra tecnologia só serve para transformar as atividades repetitivas e que não trazem qualidade de vida. O poder dado [à população] será o de criação. Ninguém substitui esse poder do ser humano. O profissional do futuro usará do conteúdo e intelecto”, considera.


Apostar no intangível


Mauro Muratorio Not encerrou o dia de palestras. Mentor da Endeavor e investidor na Agência Água, ele começou a carreira aos 15 anos na Sharp Brasil e, aos 26, em 1985,


ingressou na Microsoft. Aos jovens, disse que “ninguém depende de ninguém, nem de nada para começar a fazer alguma coisa. Basta querer”.


Ele afirma que, hoje, há uma geração de empreendedores digitais muito forte e talentosa.


“Não temos que enxergá-la [a tecnologia] como matadora de emprego. São oportunidades para os jovens. Você precisa de muito pouco capital para começar um negócio do intangível [as ideias]. Duas pessoas e um computador conseguem começar a desenvolver uma ideia”, cita.


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