Diálogo ajuda a evitar mais conflitos em condomínios

Em São Paulo, o número de queixas envolvendo edifícios dobrou entre março e julho deste ano, comparado ao mesmo período de 2019

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  14/09/20  -  09:55
Valor total estimado da arrecadação nas cidades da Baixada Santista do IPTU em 2021 é de R$ 1,746 bi
Valor total estimado da arrecadação nas cidades da Baixada Santista do IPTU em 2021 é de R$ 1,746 bi   Foto: Alexsander Ferraz / Arquivo AT

Apesar da queda contínua do isolamento social, a vida em condomínio segue atribulada. Para se ter uma ideia, levantamento da Associação das Administradoras de Condomínios de São Paulo e da Polícia Civil aponta que, só na Capital, o número de queixas envolvendo edifícios dobrou entre março e julho deste ano, comparado ao mesmo período de 2019. Não há números regionais, mas quem é do ramo avisa: no Litoral, as questões de convivência também pioraram na pandemia. A saída? O bom e velho diálogo.



O levantamento em terras paulistanas aponta que, em cinco meses deste ano, foram registrados 1.072 termos circunstanciados nas delegacias de São Paulo sobre o tema, contra 441 registrados no mesmo período em 2019. Esses termos são lavrados em ocorrências de menor potencial ofensivo, como as desavenças em prédios. Para o presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens José Moscatelli, a pandemia complicou o processo.

“O síndico deve ser atuante quanto a mostrar o regulamento interno, destacar as regras do condomínio e pedir a colaboração dos condôminos. Deve-se estabelecer uma rede de comunicação para que as situações de conflito sejam resolvidas antes da aplicação de uma multa ou outro tipo de sanção. Para isso, é preciso colaboração”, diz o presidente do Sicon, frisando que o diálogo é sempre a melhor saída, por mais que as situações pareçam complicadas.


“A gente sempre frisa a necessidade de o síndico ter na mão o regulamento atualizado do edifício, mas o principal não é punir. Destacamos que ele deve tentar fazer com que as pessoas reflitam sobre seus comportamentos”.


Mais vale ao responsável por um prédio, segundo ele, cumprir o papel dos conciliador entre as partes, "para chegar a um senso comum, permitindo as resoluções mais corretas".A startup de gestão de condomínios Lar levantou as queixas mais comuns registradas em prédios administrados por ela nos últimos meses no Estado.


Barulho fora do horário permitido, reformas e desrespeitoàs medidas de combate à covid-19, como o uso de máscara em áreas comuns dos edifícios, lideram a lista, tornando a convivência entre condôminos ainda mais desafiadora.


Na paz


Contudo, como toda regra tem sua exceção, o zelador Antônio Noval Moraes, de 54 anos, garante que os últimos meses têm sido tranquilos no Edifício Planalto, no Boqueirão, em Santos, onde trabalha e mora. Ele conta que o prédio divide espaço com outros dois condomínios e uma entrada de garagem comum. Nem mesmo um maior número de pessoas em casa, devido ao coronavírus, dificultou sua rotina.


“Nossos moradores são pacíficos e se conversam. Há muitas pessoas que moram aqui há bastante tempo, por isso a conversa para resolução de problemas sempre funciona. É como digo: a conversa é sempre o caminho e os regulamentos estão sempre à disposição de todos”.


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