Estudantes de medicina fazem atendimento online para pacientes com Covid-19 em Cubatão

Universitários da São Judas - Campus Unimonte estão atendendo pacientes que estão isolados em casa

Por: Júnior Batista  -  17/07/20  -  12:18
  Foto: divulgação

Alunos do curso de Medicina da Universidade São Judas - Campus Unimonte Cubatão, estão atendendo, pela internet, pacientes contaminados pela Covid-19 que moram na cidade. São pessoas que estão em isolamento, em casa. Eles são acompanhados por 14 dias através de um aplicativo, chamado Conexa, que monta uma espécie de prontuário eletrônico. Até o momento, mais de 700 pessoas já foram atendidas pela parceria com a Secretaria Municipal de Saúde da Cidade.


“Quando surgiu a pandemia, pensamos como poderíamos fazer. Então, surgiu a ideia desse usar esse aplicativo como plataforma para fazer o telemonitoramento. É uma oportunidade do aluno usar o conhecimento, ter contato com o paciente, pesquisar mais e, sobretudo, ao paciente, que consegue ter acesso a uma consulta médica”, afirma o coordenador do curso de medicina, Marcos Calvo. 


O atendimento é diário e dura duas semanas. Os estudantes, coordenados pelos professores do curso, acompanham a evolução de pacientes positivos.


Para a estudante do 4º semestre, Maria Beatriz Mendonça Ventura, de 20 anos, esse atendimento traz muita experiência e aproxima o estudante das pessoas. A universitária diz que vê todo tipo de caso, mas que o conforto trazido a eles, que estão isolados, é gratificante. “A parte mais interessante é que cada dia mais conhecemos os moradores e conseguimos efetivamente ajudar de alguma forma”, diz.


Ela destaca que, no início, a única ressalva era na hora de preencher os cadastros. Depois, eles avaliam muito bem o atendimento. “Vemos se os exames foram feitos no dia certo, acompanhamos os resultados. É bem efetivo”.


Para a estudante do 4º semestre, Ketty Hellen Souza do Nascimento Carril, de 29 anos, a experiência veio para ficar. “E tudo pela tela do nosso computador. O paciente em seu isolamento e conforto de sua casa, e nós do outro lado da tela buscando auxiliá-lo da melhor maneira. É uma experiência muito positiva e indescritível”, diz.


E a diversidade é uma das partes mais marcantes nos atendimentos. “Cada paciente é único, alguns são mais jovens e outros com algumas comorbidades. Em cada atendimento trazem suas dúvidas, se os seus sintomas estão passando ou não. É uma expectativa diária para ambos os lados”, reforça Ketty.


Para a vigilante Claudineia Aparecida da Silva, de 36 anos, o atendimento fez toda a diferença. Ela foi acompanhada durante as duas semanas por Ketty. “Foi excelente, confesso que superou as minhas expectativas. Ela me acompanhou o tempo todo e depois de eu ficar internada ela me ligava todos os dias. Senti confortável, é uma ideia muito boa”, afirma a moradora de Cubatão. 


Para a assistente social Maria do Socorro Bizinelli, de 59 anos, a experiência foi muito gratificante. "Ainda mais que eu tenho ansiedade, então foi uma maneira de manter um contato. A experiência foi muito benéfica porque o isolamento já está sendo difícil, com a covid só piorou. Então, eu recomendo e espero que continue", afirma.


Expansão


Para o coordenador do curso, há possibilidade da telemedicina avançar para outros diagnósticos e também para mais cidades, se houver interesse das administrações. Quando houver o retorno das aulas (on-line) dos estudantes, a ideia é alcançar os 160 alunos de medicina da Universidade.


“Pode ser usado em pacientes diabéticos, gestantes, até mesmo em atendimentos mais espaçados, de 15 dias ou um mês. Continua sendo algo que vai beneficiar o paciente”, finaliza Marcos Calvo.


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