Cubatão tem pouca circulação de covid e baixa transmissão comunitária, revela Programa Sentinela

Conclusão foi divulgada nesta sexta (1º), após resultados de centenas de testes

Por: Bruno Almeida  -  02/10/21  -  06:21
 Testes em assintomáticos apontam baixa circulação da covid-19 em Cubatão
Testes em assintomáticos apontam baixa circulação da covid-19 em Cubatão   Foto: Divulgação/Prefeitura de Cubatão

Cubatão tem pouca circulação de coronavírus, e a transmissão comunitária da covid-19 está em baixa, mesmo com a variante Delta presente em resultados de testes. A conclusão foi divulgada nesta sexta-feira (1), juntamente aos resultados do Programa Sentinela, que consistiu em testar a população assintomática da Cidade nos meses em que a nova cepa avançou na Região Sudeste.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


No programa, realizaram-se 262 testes por semana, ao longo de 24 semanas. Todos os bairros, de forma proporcional à população de cada um, foram contemplados. O número segue um protocolo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a realização de dois testes por mil habitantes, explica o idealizador do Programa de Testagem Sentinela, o médico infectologista Evaldo Stanislau.


A conclusão mais importante do programa, segundo o médico, é que a vacinação impediu que a presença da variante Delta causasse uma disparada de casos. Ao longo do período de testagem, que começou em junho, 51,1% das pessoas avaliadas haviam tomado as duas doses de vacinas contra a covid-19.


Na última data de testagem, em 25 de setembro, 75,59% dos testados estavam totalmente imunizados. “Não houve aumento da presença da infecção. O que aumentou nesse período foi a vacinação.”


Cinco equipes, compostas por integrantes da secretaria, alunos e profissionais da Faculdade de Medicina São Judas, na cidade, percorreram Cubatão para fazer testes. O município foi dividido em cinco grande regiões, às quais as equipes retornavam periodicamente. Stanislau explica que os agentes iam a locais planejados, mas testavam a população de maneira aleatória, “como em um censo ou uma pesquisa”.


O trabalho realizado foi “como bater uma foto da cidade para ver se a paisagem mudou”, diz o médico. Os casos detectados foram monitorados e encaminhados para atendimento na rede municipal de Saúde, com rastreamento dos contatos daquelas pessoas para impedir surtos e o alastramento do vírus.


Futuro da pandemia......Stanislau afirma que as outras cidades da Baixada Santista também parecem ter pouca presença de vírus, mas que não é possível afirmar com certeza porque os municípios não fazem uma testagem como a Sentinela. “Temos muita gente vacinada. Mas, quando tomam vacina, ainda assim podem se infectar, mesmo que com menos gravidade. O problema é que as cidades não testam quem não tem sintomas”, observa.


“Aparentemente, a circulação está pequena porque as cidades têm bons indicadores. Mas é importante lembrar que os assintomáticos também transmitem. O programa diz que poderíamos ser, até, um pouco mais permissivos, com mais relaxamento de regras, em Cubatão? Sim. Mas não dá para fazer isso ainda porque não sabemos a realidade de quem nos cerca”, pondera Stanislau.


“A transmissão comunitária baixa de forma permanente vai ser o único momento em que vamos poder falar para tirar a máscara, por exemplo. Cubatão tem isso porque comprovou que tem pouca circulação do vírus”, completa.


O programa, segundo o médico, pode ser um modelo para ações em âmbito nacional. O Ministério da Saúde anunciou um programa nacional de testagem, que ainda não começou.


Os resultados preliminares do Sentinela foram submetidos ao Congresso Brasileiro de Infectologia.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter