Difícil achar quem tenha na ponta da língua o nome do vice-prefeito de sua cidade, do vice-governador ou mesmo do vices eleitos para os próximos quatro anos nos municípios da Baixada Santista. Considerados figuras decorativas, costumam ter papel mais importante do que se pensa.
Formalmente, as funções do cargo incluem substituir o titular em caso de viagens, afastamento médico, renúncia, morte, cassação e impeachment. E, desde a redemocratização do País, o vice tem se destacado em vários momentos da história nacional.
Em 1985, José Sarney assumiu a Presidência da República após a morte de Tancredo Neves. Em 1992, Itamar Franco também se tornou presidente com o afastamento e, depois, o impeachment de Fernando Collor de Mello.
A história se repetiu com Michel Temer ocupando o Poder Executivo em 2016, após a cassação de Dilma Rousseff.
Na Baixada, Tiago Cervantes (PSDB) é atual vice-prefeito em Itanhaém e venceu o pleito para comandar a Cidade entre 2021 e 2024. Márcio Cabeça também começou o atual mandato como vice-prefeito em Mongaguá. Após o afastamento do prefeito, Artur Parada Prócida, e idas e vindas judiciais, reassumiu o cargo. Agora, eleito, ficará mais quatro anos no cargo.
O cientista político Pedro Paulo Angrisani Gomes afirma que, por isso, o eleitor precisa conhecer quem ocupará o cargo para não ser surpreendido. “O vice está lá por causa da linha sucessória. Então, é necessário saber quem é e o que pensa. Mas acho que seria interessante que ele tivesse uma função. Nos Estados Unidos, por exemplo, o vice é também presidente do Senado.”
A função de vice também voltou a ser centro de discussões na campanha para a Prefeitura de São Paulo, relembra o cientista político Rafael Moreira. “A candidatura do (Guilherme) Boulos (PSOL) e da (Luiza) Erundina (vice) levantaram muito essa bandeira. Ele deixou público o tempo todo que a vice estava participando o tempo todo, que atuou no projeto de governo”, afirma.
O papel do vice, portanto, oscilará conforme a perspectiva de cada governo, avalia Moreira. “Há vices com papel meramente decorativo, assumindo apenas quando o prefeito se afastar. Podem ter estado lá somente para aumentar tempo de TV (no horário eleitoral obrigatório) e aumentar composição de forças ou, de fato, ter um papel mais partícipe do governo”, diz.
Se depois de tudo isso você ainda não sabe quem são os futuros vices-prefeitos na Baixada Santista, acompanhe o perfil de cada um no gráfico abaixo.