Baixada Santista tem maior saldo positivo de empregos dos últimos seis anos

De janeiro a dezembro de 2019, as nove cidades da região firmaram 3.372 contratos com carteira assinada

Por: Tatiane Calixto  -  25/01/20  -  14:02
Confiança do empresário da construção sobe 2,6 pontos em julho
Confiança do empresário da construção sobe 2,6 pontos em julho   Foto: Imagem Ilustrativa/Arquivo/Agência Brasil

A Baixada Santista registrou o maior saldo positivo de empregos com carteira assinada dos últimos seis anos. De janeiro a dezembro de 2019, as nove cidades da região tiveram 3.372 contratações a mais do que dispensas. O número é 26,5% maior que o total de 2018 (2.666). Antes, até 2013, o desempenho da região havia sido negativo.


Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados sexta-feira (24). Comércio e construção civil foram os setores responsáveis por puxar o ritmo na região. Todas as cidades tiveram saldo positivo. O maior saldo, em números absolutos, foi o de Praia Grande, com 2.120. O menor, o de Cubatão, com três.


Dezembro


Analisando apenas o mês de dezembro, a Baixada demitiu 8.835 pessoas e contratou 10.011. Porém, o saldo, de 1.176, foi inferior ao registrado em dezembro de 2018: 1.355. No último mês do ano passado, Cubatão, Santos e São Vicente demitiram mais do que contrataram.


No Brasil


O cenário visto na Baixada Santista, de janeiro a dezembro de 2019, foi mais ou menos uma representação do que se viu no país. Com a criação de 644.079 vagas de emprego formal, o Brasil também registrou o maior saldo de emprego com carteira assinada em números absolutos desde 2013. Todos os oito setores da economia tiveram saldo positivo no último ano.


Nacionalmente, o destaque ficou com o setor de serviços, responsável pela geração de 382,5 mil postos. No comércio, foram 145,4 mil novas vagas, e na construção civil, 71,1 mil. O menor desempenho foi o da administração pública, com 822 novas vagas em 12 meses.


Análise


Para o economista e professor universitário Jorge Manuel de Souza Ferreira, os dados não mostram “super números”, mas refletem melhora. “Houve a troca de governo, o que mexe com o ânimo do investidor e do empresário, principalmente com promessas de uma economia mais liberal. Houve, também, algumas reformas, como a da Previdência, que, apesar de só ter efeito a longo prazo, mexe com o otimismo do mercado”, avalia o economista.


Ele explica que a construção civil tem sido um setor vital nesta tentativa de recuperação. “Não por causa de obras do governo. Mas, principalmente, pela construção de imóveis. E isso tem relação com a queda dos juros, que permite que mais pessoas tenham acesso a financiamentos.”


Para o também economista José Pascoal Vaz, apesar dos dados, o desemprego ainda é “brutal” no país. Ele destaca que, em média, os salários não estão crescendo como era esperado, e o emprego informal é elevado. Por isso, Vaz questiona a sustentabilidade dessa recuperação e sugere que, para a situação ser resolvida, é preciso que o Governo se empenhe para reduzir a desigualdade social.


NÚMEROS ACUMULADOS - Janeiro a dezembro de 2019


Cidades Admitidos Demitidos Saldo
Bertioga 4.313 4.109 204
Cubatão 9.342 9.339 3
Guarujá 13.159 13.042 117
Itanhaém 3.995 3.640 355
Mongaguá 2.258 2.044 214
Peruíbe 2.942 2.709 233
Praia Grande 16.345 14.225 2.120
Santos 50.307 50.203 104
São Vicente 10.441 10.419 22
Baixada Santista 113.102 109.730 3.372

NÚMEROS ACUMULADOS - Janeiro a dezembro de 2018


Cidades Admitidos Demitidos Saldo
Bertioga 3.585 3.448 137
Cubatão 8.186 7.703 483
Guarujá 11.481 11.991 -510
Itanhaém 3.480 3.511 -31
Mongaguá 2.388 2.193 195
Peruíbe 3.009 2.636 373
Praia Grande 13.666 13.098 568
Santos 46.980 45.305 1.675
São Vicente 10.154 10.378 -224
Baixada Santista 102.929 100.263 2.666

COMPARATIVO MENSAL


Cidades Saldo dezembro/2019 Saldo dezembro/2018
Bertioga 583 509
Cubatão -189 -99
Guarujá 742 615
Itanhaém 207 219
Mongaguá 64 221
Peruíbe 221 132
Praia Grande 355 310
Santos -717 -588
São Vicente -90 36
Baixada Santista 1.176 1.355

Fonte: Caged


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