A Baixada Santista registrou o maior saldo positivo de empregos com carteira assinada dos últimos seis anos. De janeiro a dezembro de 2019, as nove cidades da região tiveram 3.372 contratações a mais do que dispensas. O número é 26,5% maior que o total de 2018 (2.666). Antes, até 2013, o desempenho da região havia sido negativo.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados sexta-feira (24). Comércio e construção civil foram os setores responsáveis por puxar o ritmo na região. Todas as cidades tiveram saldo positivo. O maior saldo, em números absolutos, foi o de Praia Grande, com 2.120. O menor, o de Cubatão, com três.
Dezembro
Analisando apenas o mês de dezembro, a Baixada demitiu 8.835 pessoas e contratou 10.011. Porém, o saldo, de 1.176, foi inferior ao registrado em dezembro de 2018: 1.355. No último mês do ano passado, Cubatão, Santos e São Vicente demitiram mais do que contrataram.
No Brasil
O cenário visto na Baixada Santista, de janeiro a dezembro de 2019, foi mais ou menos uma representação do que se viu no país. Com a criação de 644.079 vagas de emprego formal, o Brasil também registrou o maior saldo de emprego com carteira assinada em números absolutos desde 2013. Todos os oito setores da economia tiveram saldo positivo no último ano.
Nacionalmente, o destaque ficou com o setor de serviços, responsável pela geração de 382,5 mil postos. No comércio, foram 145,4 mil novas vagas, e na construção civil, 71,1 mil. O menor desempenho foi o da administração pública, com 822 novas vagas em 12 meses.
Análise
Para o economista e professor universitário Jorge Manuel de Souza Ferreira, os dados não mostram “super números”, mas refletem melhora. “Houve a troca de governo, o que mexe com o ânimo do investidor e do empresário, principalmente com promessas de uma economia mais liberal. Houve, também, algumas reformas, como a da Previdência, que, apesar de só ter efeito a longo prazo, mexe com o otimismo do mercado”, avalia o economista.
Ele explica que a construção civil tem sido um setor vital nesta tentativa de recuperação. “Não por causa de obras do governo. Mas, principalmente, pela construção de imóveis. E isso tem relação com a queda dos juros, que permite que mais pessoas tenham acesso a financiamentos.”
Para o também economista José Pascoal Vaz, apesar dos dados, o desemprego ainda é “brutal” no país. Ele destaca que, em média, os salários não estão crescendo como era esperado, e o emprego informal é elevado. Por isso, Vaz questiona a sustentabilidade dessa recuperação e sugere que, para a situação ser resolvida, é preciso que o Governo se empenhe para reduzir a desigualdade social.
NÚMEROS ACUMULADOS - Janeiro a dezembro de 2019
Cidades | Admitidos | Demitidos | Saldo |
Bertioga | 4.313 | 4.109 | 204 |
Cubatão | 9.342 | 9.339 | 3 |
Guarujá | 13.159 | 13.042 | 117 |
Itanhaém | 3.995 | 3.640 | 355 |
Mongaguá | 2.258 | 2.044 | 214 |
Peruíbe | 2.942 | 2.709 | 233 |
Praia Grande | 16.345 | 14.225 | 2.120 |
Santos | 50.307 | 50.203 | 104 |
São Vicente | 10.441 | 10.419 | 22 |
Baixada Santista | 113.102 | 109.730 | 3.372 |
NÚMEROS ACUMULADOS - Janeiro a dezembro de 2018
Cidades | Admitidos | Demitidos | Saldo |
Bertioga | 3.585 | 3.448 | 137 |
Cubatão | 8.186 | 7.703 | 483 |
Guarujá | 11.481 | 11.991 | -510 |
Itanhaém | 3.480 | 3.511 | -31 |
Mongaguá | 2.388 | 2.193 | 195 |
Peruíbe | 3.009 | 2.636 | 373 |
Praia Grande | 13.666 | 13.098 | 568 |
Santos | 46.980 | 45.305 | 1.675 |
São Vicente | 10.154 | 10.378 | -224 |
Baixada Santista | 102.929 | 100.263 | 2.666 |
COMPARATIVO MENSAL
Cidades | Saldo dezembro/2019 | Saldo dezembro/2018 |
Bertioga | 583 | 509 |
Cubatão | -189 | -99 |
Guarujá | 742 | 615 |
Itanhaém | 207 | 219 |
Mongaguá | 64 | 221 |
Peruíbe | 221 | 132 |
Praia Grande | 355 | 310 |
Santos | -717 | -588 |
São Vicente | -90 | 36 |
Baixada Santista | 1.176 | 1.355 |