Baixada Santista registra a maior taxa de mortalidade infantil de SP

São 14,02 mortes por mil menores de 1 ano. Dados foram divulgados nesta semana pela Fundação Seade

Por: Maurício Martins & Da Redação &  -  07/02/20  -  13:57
Nível considerado aceitável pela OMS é de dez mortes por mil nascimentos
Nível considerado aceitável pela OMS é de dez mortes por mil nascimentos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Entre todas as regiões do Estado, a Baixada Santista é a que tem a maior quantidade de crianças mortas antes de completarem um ano de idade. A taxa de mortalidade infantil ficou em 14,02 mortes por mil nascidas vivas em 2018, segundo dados divulgados nesta semana pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No ano anterior, a taxa havia sido semelhante: 14,17. 


O índice considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de dez mortes para cada mil nascimentos. A média estadual ficou em 10,7 em 2018. Na Região Metropolitana de Campinas, por exemplo, a taxa foi de 9,11 (veja infográfico). 


Das nove cidades da região, Mongaguá tem o pior número, com 20,28 por mil nascidos vivos. Guarujá, com 18,03 fica em segundo na lista negativa. A menor taxa foi registrada em Santos, de 12,01 por mil nascidos vivos em 2018. A quantidade, porém, subiu em relação ao ano anterior, quando ficou em 10,72.


“A mortalidade infantil é um indicador universal de qualidade de vida. Temos na Baixada Santista vários problemas que comprometem esse indicador, que é composto. Podemos subdividi-lo em mortalidade perinatal (até sete dias do nascimento), neonatal (até quatro semanas de vida), pós-neonatal e tardia. Cada uma dessas divisões mostra uma deficiência no sistema de saúde”, explica o médico pediatra Alfésio Braga, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Católica de Santos (UniSantos).


Segundo Braga, os hospitais que atendem gestantes na região são mal equipados para atender gestações de risco e a cobertura pré-natal é deficiente. “Temos também uma condição socioeconômica desfavorável, com indicadores ruins. Há precariedade na atenção básica, falta de leitos de UTI, e os casos de maior complexidade são drenados para Santos”, diz ele.


>> Confira as taxas de mortalidade em cada cidade da Baixada Santista


Outros indicadores 


A Fundação Seade divulgou outras estatísticas dos municípios paulistas. A taxa de mortalidade geral da população também é mais alta na região do que a média estadual e de outras regiões: 7,93 por mil habitantes. Um dos motivos é, justamente, o nível de mortalidade infantil.


A fecundidade também teve registro menor do que o Estado em 2018: de cada mil mulheres de 15 a 49 anos de idade, 49,57 tiveram filhos.


O índice de envelhecimento populacional é maior na região, de 78,23, contra 75,25 no Estado. Os números se referem ao percentual de pessoas com mais de 60 anos em relação às que tem menos de 15 anos.


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