Baixada Santista não tem definição sobre ampliação de leitos para coronavírus

Autoridades da região pedem mais 167 unidades nos hospitais, mas Estado e União ainda não se manifestaram sobre pedido

Por: Maurício Martins  -  18/03/20  -  17:07
Parte dos leitos seria destinada ao Hospital dos Estivadores, em Santos
Parte dos leitos seria destinada ao Hospital dos Estivadores, em Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

Os governos do Estado e Federal ainda não sabem informar quantos leitos vão instalar de forma emergencial na Baixada Santista para atendimento a pacientes com a Covid-19. Para autoridades da região, há necessidade de mais 167 leitos, 90 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos e outros 77 clínicos. Todos ficariam em hospitais que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS), para casos do novo coronavírus. 


O Ministério da Saúde, que prometeu abrir 2 mil novos leitos de UTI no país, disse nesta terça-feira (17) para A Tribuna que ainda aguarda definição dos secretários estaduais de Saúde. Caberá aos estados a divisão para as cidades, conforme a necessidade. Já a Secretaria Estadual da Saúde, que anunciou 2,6 mil leitos de UTI, afirmou que ainda não tem detalhes dos locais beneficiados. 


O pedido regional integra o rol de necessidades encaminhadas pelos nove municípios da aos governos  Estadual e Federal. A solicitação consta no Plano Regional de Contingência, definido em conjunto com o Departamento Regional de Saúde (DRS-4), em reunião na segunda-feira (16). 


Hospitais que receberiam 


A divisão foi feita da seguinte maneira: o Hospital Municipal de Cubatão receberia 25 leitos de clínica médica e 10 de UTI; o Hospital Regional de Itanhaém, 10 de UTI; o Irmã Dulce, em Praia Grande, 8 de clínica e 20 de UTI; o Guilherme Álvaro, em Santos, 20 e 20; hospitais filantrópicos, 10 e 10; Estivadores, 20 de UTI; Hospital Municipal de São Vicente, 8 de clínica; Hospital Dr. Olavo Horneaux de Moura, também em São Vicente, 6 de clínica.  


Em toda a Baixada, onde a população é estimada em 1 milhão e 900 mil pessoas, há um total de 464 leitos de UTI Adulto, dos quais 263 são em Santos. Em caráter preventivo, as prefeituras trabalham com a perspectiva de 1.900 pessoas infectadas, partindo do número de 0,1% em relação à população, conforme ocorrido no epicentro da região chinesa, onde iniciou a pandemia. Até a manhã desta terça, Baixada tinha 90 pacientes suspeitos e nenhuma confirmação.


“A necessidade de implementar novos leitos no SUS é para que possamos ter centros de referência específicos para monitoramento de eventuais pacientes. Ressaltamos que 80% das pessoas que vierem a ser infectadas não terão necessidades severas. De 10% a 15% é que podem necessitar de internação hospitalar”, explicou o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz.   


O plano emergencial prevê a utilização do nono andar do Complexo dos Estivadores, que já tem estrutura pronta para tratamento intensivo. A proposta é que possam ser instalados 20 leitos de UTI no local, além de outros 30 no Hospital Guilherme Álvaro e nos filantrópicos . “Os hospitais filantrópicos, como Santa Casa e Beneficência Portuguesa, se colocaram à disposição”, ressaltou ele.   


Logo A Tribuna
Newsletter