Está mais fácil acertar na Mega-Sena do que encontrar álcool em gel em meio à pandemia de coronavírus. A Tribuna percorreu supermercados e farmácias em diversos bairros de Santos, no primeiro dia em que o produto seria vendido a preço de custo no Estado, e não achou nenhum frasco.
Nas farmácias, a frase padrão era “não tem e não há previsão de chegada”. Nos supermercados, a situação não foi diferente. A proprietária do Mercado Baratão, Carla Cossu, fez o pedido a fornecedores e até agora não tem a menor perspectiva de receber as encomendas.
“Comprei um carregamento quando veio a notícia do primeiro caso (final de fevereiro) que seria suficiente para abastecer o mercado durante um ano. Vendi em menos de 15 dias. Depois, não chegou mais nada”.
Ela conta ainda que até o álcool líquido sumiu das prateleiras faz tempo. “As pessoas têm levado até o álcool para churrasqueira, que não serve para as mãos”.
O gerente do Mercado Jandaia, Marcelo Lopes de Souza, também aguarda a entrega. “Deram prazo de 20 a 30 dias para a chegada do produto”.
O dono do Babaloo Supermercado, Luiz Gustavo Romero, garante que venderá álcool em gel a preço de custo. O problema é que os fornecedores ainda não deram previsão sobre a entrega. “Vou vender pelo preço que chegar. Fiz pedido para cinco fornecedores e nada”.
Segundo o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Omar Abdul Assaf, nem a entidade tem previsão sobre novos carregamentos.
“Eles estão dando uma desculpa esfarrapada de que vão priorizar hospitais e prefeituras. Nunca venderam para esses segmentos. Fizemos esse acordo voluntário para vender a preço de custo para ajudar a população, mas nenhum está entregando”
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) não se posicionou até o fechamento desta edição.