O São Paulo Film Festival (SPFF) realiza neste ano uma celebração à presença das mulheres na indústria cinematográfica. A mostra Mulheres no Cinema, disponível nos dias 5, 6 e 7 de março, exibirá 20 filmes (curtas) nacionais e internacionais. Também haverá uma programação com lives e debates, transmitida em simultâneo pelas redes sociais (@saopaulofilmfestival) e YouTube.
Entre os filmes relacionados na programação, constam três que foram qualificados para o Oscar 2021: Baile, de Cíntia Bittar; Carne, de Camila Kater; e a animação Umbrella, de Helena Hilário. A diretora e atriz Bárbara Paz e a produtora Débora Ivanov estão entre as relacionadas como palestrantes dos debates. Os bate-papos serão mediados pela cineasta Rebeca Casagrande, que auxiliou na curadoria do São Paulo Film Festival.
Para Rebeca, é importante relacionar filmes diferentes para mostrar a variedade do cinema feminino. "A curadoria selecionou filmes curtas, feitos em 2019 e 2020, de diretoras mulheres iniciantes e veteranas do Brasil e mundo afora, em diversos gêneros, tais como: drama, suspense, documentário e animação".
"A qualidade técnica e artística dos 20 filmes selecionados é grandiosa! Proporciona uma mistura de emoções de tirar o fôlego", conclui Rebeca. A diretora ressalta que é importante estimular "mais e mais mulheres" a participar, reunindo cineastas da nova geração.
Durante o festival, haverá uma votação online para escolher o melhor filme de direção feminina entre todos os exibidos. A vencedora levará um prêmio de R$5 mil.
Hegemonia masculina
A diretora Cíntia Bittar, de Baile, destaca a relevância do festival por trazer o olhar feminino à tona. "A indústria do audiovisual é geralmente dominada por homens e suas histórias, portanto, dar destaque ao que se contrapõe a essa hegemonia é promover um audiovisual mais plural, mais rico e mais coerente com a nossa realidade. Acredito que ações assim semeiam as tão urgentes transformações que precisamos na sociedade, tanto por impulsionar novas formas de enxergar o setor, quanto pelas novas relações estabelecidas com o público - e também por inspirar novas gerações de mulheres artistas", comenta.
Essas reflexões são necessárias para construir um cinema mais igualitário. "A importância está em reconhecer a qualidade artística das obras realizadas, assim como provocar reflexões na sociedade sobre a relevância do poder do registro e da construção de narrativas por mulheres, pois somente nós experimentamos o mundo enquanto mulheres que somos e tudo o que se implica nessa condição atrelada a pelo menos metade da população".
Para Mariana Britto, diretora de Everest Sustentável, "a mostra é um meio eficaz de expressão, comunicação e arte", que fortalece a presença das mulheres no audiovisual. "É uma satisfação estar entre estas 20 mulheres que representam a batalha de tantas profissionais que imprimem amor e força para concluir seus projetos. A programação abre espaço para conscientizar e debater diversos temas atuais", reflete.
A abertura da mostra será às 9h desta sexta-feira. Confira a lista dos 20 filmes inclusos na programação.