Série com cinco episódios resgata memórias históricas de Santos
Este é o objetivo do projeto Santos nos Caminhos da Memória, uma série em podcast que acaba de ser lançada nas principais plataformas digitais.
Despertar o interesse das pessoas no lado mais desconhecido da história santista, com um formato descontraído e moderno. Este é o objetivo do projeto Santos nos Caminhos da Memória, uma série em podcast que acaba de ser lançada nas principais plataformas digitais.
Com cinco episódios já estruturados, o projeto nasceu de um antigo sonho da historiadora Karime Moussalli Antigo. “Sempre fui uma apaixonada pela história de Santos, onde nasci e me formei. Mas, apesar da riqueza histórica, a cidade ainda é carente de estudos e de interesse das pessoas por sua história”, conta ela, que buscava uma forma de mudar essa realidade e dar mais visibilidade e voz a personagens esquecidos e a temas pouco explorados.
Karime tinha a intenção de usar o formato de áudio pela facilidade no consumo, onde qualquer um pode acompanhar o trabalho, no horário que tiver disponibilidade ou fazendo alguma atividade paralela. “O podcast tem um formato moderno, inovador e se encaixa na vida movimentada das pessoas de hoje em dia”.
Ela viu a oportunidade de colocar a ideia da série em prática com a criação do Prêmio Alcides Mesquita – Mesquitinha, um edital de fomento criado pela Prefeitura de Santos por meio da Lei Aldir Blanc. Com o projeto selecionado, ela convidou os colegas historiadores Odair José Pereira e Rodrigo Macedo de Paiva Grillo e o ator e roteirista Bruno Fracchia para desenvolverem o projeto.
A narração fica a cargo de Fracchia e os três historiadores conduzem um bate-papo informal sobre o tema do episódio. “Muita coisa parecia que a gente fez na hora, mas não. A gente teve toda uma preparação para isso”, conta Karime.
No ar
Dois episódios da série já estão disponíveis. O primeiro, Um mar de gente, fala sobre a chegada de imigrantes na região, principalmente os espanhóis, e as transformações que ocorreram na cidade no final do século 19 e início do 20. O segundo, Mito ou verdade? Santos, afinal, foi ou não foi uma cidade abolicionista?, que trata da abolição da escravatura, que teria acontecido antecipadamente em Santos.
A partir de amanhã, o público pode conferir um novo episódio, A cultura negra no seio da Cidade: o Carnaval, que apresenta como a cultura negra está presente, por exemplo, na forma específica que as escolas de samba produziram suas músicas desde a década de 40, e como as particularidades do samba moderno produzido em Santos estão vinculadas às rodas de tambor do período escravagista.
Os temas dos últimos episódios da série já estão definidos. Um vai contar a história de Rosinha Mastrangelo e do Teatro de Arena, jogando luz nas grandes mulheres santistas que se destacaram em diversos meios, como canto, dança e Jornalismo. O quinto episódio apresenta a história dos cinemas de rua da cidade.
“Arte e cultura ainda precisam de mais estudos e visibilidade. Poucos sabem que Santos foi uma das cidades a ter o maior número de salas de cinema no Brasil. Foram mais de 40 salas no início do século 20”, diz a historiadora, que já tem ideias para uma segunda temporada de Santos nos Caminhos da Memória. “Temos outros temas em mente e as pessoas estão gostando muito e nos deram feedback muito bom. Mas é algo custoso, que demanda tempo, pesquisa, estúdio. Sem esse incentivo (do prêmio Mesquitinha), não seria possível realizar.”
A série está disponível no YouTube, no Spotify e no Pocketcasts.
Mais história
Outro projeto que tem o foco na memória santista, premiado noConcurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes de Santos, o Facult, é o Rodoviária de Santos - 50 anos de histórias, que pretende reunir relatos em linguagem visual, oral e audiovisual. Outras informações estão no perfil do Instagram @rodoviaria_historias.
