Santista assina roteiro do filme "Sequestro Relâmpago"

Esse é o primeiro longa-metragem escrito por Henrique Pinto

Por: Lucas Krempel  -  29/11/18  -  12:25
  Foto: Divulgação

O título de Cidade Criativa em Audiovisual pela Unesco, concedido em 2015, segue sendo honrado pelos santistas. E isso não se resume apenas às mais de 300 produções gravadas em Santos. Semanalmente, somos apresentados a nomes extremamente talentosos. São diretores, roteiristas, produtores, cinegrafistas, fotógrafos, atores, entre outros trabalhadores técnicos.


O nome da vez é o roteirista Henrique Pinto, de 37 anos, que acaba de chegar aos cinemas com o filme Sequestro Relâmpago, dirigido por Tata Amaral e estrelado por Marina Ruy Barbosa. O longa é o primeiro de sua curta trajetória (iniciou em 2013), que inclui um documentário (Paisagem Musical) e alguns curtas.


Antes de mergulhar de cabeça no universo cinematográfico, o roteirista transitou por outras áreas. Iniciou os estudos em Publicidade, trabalhou na agência MKT Virtual, depois migrou para a Filosofia, onde cursou na Universidade de São Paulo (USP), entre 2004 e 2009.


A decepção com a Filosofia o levou a se transferir para Audiovisual, na mesma universidade. Para o roteirista, lhe faltou o talento para dar aulas, apesar da experiência obtida como professor em cursinhos.


“Acho interessante a filosofia, mas se você escreve um livro de 500 páginas, quem vai ler? Falar é mais importante. Por isso que fiquei com mais vontade de seguir para a Comunicação. A chance de uma pessoa ver um filme é muito maior que ler um livro. Por ter feito Filosofia, sempre tive uma afinidade com textos, por isso fui para roteiro”.


A pretensão do santista é maior. Além de manter a trajetória como roteirista, ele pensa em se lançar como diretor. “Nos filmes que mais gosto, os diretores também são roteiristas”, comenta ele, que tem como inspirações o cineasta sérvio Dušan Makavejev, o alemão Werner Herzog e o brasileiro Rogério Sganzerla.


“Não acho que todo diretor tem que ser roteirista, mas isso facilita. Se você pegar a história do cinema, na década de 1930, já tinha essa rixa de quem é o responsável pelo filme, o diretor ou o roteirista”.


A experiência obtida com Sequestro Relâmpago mostrou pontos positivos e negativos para o santista, que afirma ter saído bem mais preparado para realizar o seu sonho. “A Tata fez escolhas particulares e o que está no roteiro não saiu exatamente como estava no filme. Me incomodou, mas isso é normal. Está no contrato. Eu só tenho a agradecer a oportunidade dada por ela”.


A ligação de Henrique Pinto com Tata teve início em 2013, após ele vencer um prêmio para escrever um roteiro. E foi justamente essa conquista que o colocou na posição de roteirista. “Ela (Tata) tem amizade com o professor que orientou o meu TCC. A Tata me deu uma oportunidade que não é comum. Você chamar alguém que não tem nome para escrever um roteiro, a cabeça do filme, foi algo incrível, um tremendo aprendizado. Uma coisa é você escrever um roteiro para curta, com dez páginas. O outro são 160 páginas, três anos de trabalho, como foi esse filme”.



Mais projetos


Enquanto curte a estreia do Sequestro Relâmpago na telona, o santista já prepara outros projetos, entre eles o seu primeiro longa como diretor, Terra Vermelha. “É uma história de terror baseada em fatos reais. Não sei dizer a veracidade, mas foi um caso que ganhou destaque na mídia, por se tratar de algo sobrenatural com uma família, no interior do Rio Grande do Sul”, adianta o cineasta, que pretende gravar na Estação de Paranapiacaba, em Santo André (Grande ABC).


Além disso, ele prepara mais um curta, que deve ser inscrito na próxima edição do Curta Santos. “Não posso falar muito ainda, pois estou negociando os direitos autorais, mas é a partir de um conto do santista Alberto Martins”.


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