Rapper vencedora do Curta Santos propõe reflexão sobre o preconceito

Jenny Farias, 29 anos, é dona da canção vencedora na categoria

Por: Giovanna Corerato  -  20/01/22  -  20:25
O clipe
O clipe   Foto: Divulgação YouTube

Capacitismo, discriminação e preconceito. Essas são apenas algumas barreiras que Jeniffer Farias, de 29 anos, a Jenny (seu nome artístico), decidiu enfrentar ao se inscrever no 19º Festival Santista de Curtas Metragens (Curta Santos).


Deu resultado: a psicóloga, palestrante, pesquisadora e ativista de Guarujá foi vencedora da categoria clipe, por um rap em que levanta reflexões sobre o dia a dia de uma pessoa com deficiência.


“A ideia da música surgiu porque tenho uma deficiência física e já passei por várias situações de discriminação, preconceito, exclusão, enfim, capacitismo”, afirma.


Jenny conta que a música e o clipe são uma forma de protestar sobre o preconceito, principalmente no mercado de trabalho. “O objetivo é começarmos a pensar sobre o tema e saírmos da invisibilidade”, explica.


O clipe propõe a reflexão ao dar visibilidade a pessoas com diferentes deficiências. “Eu, o produtor Bryan Ferreira e o DJ Cuco, fizemos todo o roteiro do clipe. Posteriormente, eu convidei os participantes e foi feita uma agenda para fazer as cenas em dias diferentes”, conta a ativista.


Acessibilidade frágil


Jenny questiona, também, a falta de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência na arte, principalmente na música. “O clipe mostra possibilidades e impossibilidades dos corpos das pessoas com deficiência. As coloca em lugares nos quais não costumam estar: faz inversões de papéis, barreiras arquitetônicas e atitudinais. Acreditei que poderia ganhar (a categoria), pois é um dos primeiros clipes do Brasil totalmente acessível, falando abertamente sobre o tema. Onde estão as pessoas com deficiência na música? Na arte?”.


Capacitismo e acessibilidade


“Muitos lugares, como salão de beleza, academia, casas de shows, restaurantes não possuem acessibilidade para as pessoas com deficiência, imagina se irão pensar em uma pessoa com deficiência no palco, como protagonista?”, questiona a vencedora do Curta Santos.


Com a falta de acessibilidade em alguns estabelecimentos, Jenny acha necessário questionar as autoridades responsáveis.


“Os eventos não são totalmente acessíveis. Precisamos questionar até que ponto a gestão da Cultura pensa na diversidade e o quando a diversidade tem porta aberta na Cultura”.





Logo A Tribuna
Newsletter