Morre aos 101 anos o poeta Lawrence Ferlinghetti, remanescente da geração beat

Lawrence era o último sobrevivente da geração beat, que marcou a contracultura do século 20

Por: Por Estadão Conteúdo  -  24/02/21  -  00:22
Artista foi um dos principais influenciadores do movimento beatnik, que impactou na contracultura
Artista foi um dos principais influenciadores do movimento beatnik, que impactou na contracultura   Foto: Reprodução/Instagram

O poeta, editor, escritor e artista plástico norte-americano Lawrence Ferlinghetti, o último sobrevivente da geração beat, morreu nesta segunda-feira (22) aos 101 anos, em sua casa, em São Francisco. Segundo seu filho, Lorenzo, a causa da morte foi uma doença pulmonar.


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Ele foi um dos grandes responsáveis por difundir a cultura beatnik, não apenas com sua obra poética, mas também por meio de seu trabalho de editor. Em 1953, Ferlinghetti fundou com Peter D. Martin a editora City Lights Booksellers & Publishers, onde publicou Howl and Other Poems, coletânea do poeta Allen Ginsberg, em 1956, tido como uma das obras que abriram caminho para o surgimento a geração beat - na época, o livro foi recebido com horror por críticos, tido como ofensivo. Aliás, desde 2001, a editora e livraria City Lights é um patrimônio histórico da cidade de São Francisco.


Como poeta, o trabalho mais conhecido de Ferlinghetti é a coletânea A Coney Island of the Mind, de 1958, que o colocou ao lado de autores beatniks, como Jack Kerouac (de On The Road, clássico de 1957) e William S. Burroughs (de Almoço Nu, de 1959)


Esses e outros nomes do movimento beat levaram poemas e prosas ao patamar da alta literatura, lutando contra a percepção de que os escritores deveriam almejar a erudição. Por sua luta anti-establishment, contra a estética e políticas da arte erudita, essa geração de poetas e escritores influenciou em grande medida toda a contracultura do século 20.


Além de poeta, o autor também publicava prosa e pintava quadros. Em 2020, ele publicou seu último livro, Little Boy, um romance de cunho autobiográfico. Em uma entrevista concedida à rádioNPR, o poeta reclamou por ver que as pessoas preferiam mexer em seus celulares a conversar no seu café favorito de São Francisco.

No Brasil, a publicação de dois de seus livros está sendo preparada pela Editora 34. Um deles é Poesia como Arte Insurgente, que reúne alguns de seus ensaios e manifestos. O outro é uma antologia de seus poemas, organizada por Fabiano Calixto e Natália Agra.


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