Livro traz evolução das séries e dá dicas para quem quer ser roteirista

Experts no assunto, Jacqueline Cantore e Marcelo Rubens Paiva mostram, também, por que essas produções viraram febre

Por: Egle Cisterna  -  06/05/21  -  10:47
  Jacqueline Cantore e Marcelo Rubens Paiva mostram que seriados ganham cada vez mais força, inclusive produções nacionais
Jacqueline Cantore e Marcelo Rubens Paiva mostram que seriados ganham cada vez mais força, inclusive produções nacionais   Foto: Divulgação/Renato Parada

Séries ganham cada vez mais força. Além de um público crescente, que se dedica a maratonar episódios, as produções estão mais elaboradas, roteiros envolventes e mais plataformas de distribuição competindo pela atenção do público.


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É neste cenário, onde o Brasil busca maior profissionalização, que dois especialistas e fãs deste produto audiovisual resolveram lançar um livro para aqueles que gostam de acompanhar uma série e também um guia para quem pretende criar a sua própria história ou trabalhar como roteirista.


Trata-se de Séries - O livro, De Onde Vieram e Como São Feitas (Objetiva), de Marcelo Rubens Paiva e Jacqueline Cantore. A dupla traz, em um linguagem simples e bem-humorada, a história desse tipo de produção no Brasil e no mundo, passando pela evolução, aumento dos custos para a viabilização dos projetos e a profissionalização do mercado. “A gente estava trabalhando na série Contravenção e começamos a conversar dos problemas dos realizadores, dos criadores. Havia uma lacuna no mercado que precisava ser preenchida com um livro que pudesse ajudar esse público, pois não temos bibliografia específica”, explica Jacqueline.


Ela é consultora do Grupo Globo e de produtoras independentes na criação e no desenvolvimento de séries de ficção. “A produção dessas obras está crescendo muitonoPaís. No passado, brasileiro não gostava de séries e nem de stand up comedy. No entanto, o brasileiro sempre teve uma cultura de audiovisual de TV, porém da novela, de uma teledramaturgia mais dramática”, analisa Paiva, que é escritor, dramaturgo, roteirista e foi indicado ao Emmy pelo roteiro de O Homem Mais Forte do Mundo, com Afonso Poyard, da TV Globo.


Ele acredita que a paixão pelas séries veio com a maior oferta. “Antes, as pessoas tinham até um certo preconceito, como se fosse um produto menor, chamando os seriados de ‘enlatados’. Não tínhamos acesso a tudo o que era produzido. Raramente as emissoras exibiam produtos mais modernos. Isso mudou a partir da TV fechada, até chegar à Netflix, que entrou no País com um preço mais convidativo”, afirma.


A importância do formato também mudou mundialmente. Antes, em entregas de prêmios, o destaque ficava com as equipes dos longas-metragens. Agora, as séries ganharam mais prestígio. “O pessoal do cinema estava sempre na primeira fila e quem atuava em TV no fundão. Hoje, quem faz séries está na linha de frente e o pessoal do cinema está nas séries”, diz Paiva, que cita como exemplos Kate Winslet, Nicole Kidman e Martin Scorsese.


Nacional


Jacqueline destaca ainda a força da linguagem brasileira, que vem ganhando espaço nas produções nacionais. “Cidade Invisível é um exemplo de como essa linguagem transcendeu fronteiras. É uma série que aborda uma particularidade do nosso folclore, mas com um roteiro de mistério que pode ir para qualquer lugar”, avalia. “Por aqui, fizemos o casamento das linguagens de séries com a dramaturgia de novela. Mas esse é o tipo de coisa que é possível ver em séries internacionais, como Grey’s Anatomy, que agrada muito ao público. Só não faz Game of Thrones no Brasil porque não se tem dinheiro”, complementa o escritor.


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