Mesmo após 10 anos do fatídico 6 de março de 2013, data da morte de Chorão, bandas que surgiram na Baixada Santista nesse meio tempo ou perto disso continuam se inspirando e bebendo da fonte que o músico criou. Em atividade desde 2010, e apesar de sua sonoridade não se parecer com o Charlie Brown Jr., a Zimbra ressalta que a banda é referência para qualquer músico, especialmente de Santos.
“Era algo que empolgava, ainda mais por ser de Santos, algo muito próximo. Aquele lance de ‘pô, ele é daqui’, de se sentir orgulhoso, uma pessoa que saiu daqui e foi fazer sucesso no Brasil inteiro. Acho que o fato da gente ter como referência o artista que foi o Chorão na música acabou sendo muito forte para começar e acreditar numa ideia de tocar igual o CBJR tocava”, diz o vocalista Rafael Costa, o Bola.
Para o guitarrista Vitor Fernandes e o baixista Guilherme Goes, que eram fãs do CBJR, além da representatividade musical, o artista elevou a Cidade a outro patamar. “Fez pessoas procurarem a Cidade e verem que tem outras coisas, outras bandas boas”, crê Guilherme. “Até com a turnê dos 30 anos eles arrastam multidões, mesmo sem o Chorão”, cita Vitor.
No dia que o Chorão morreu, Guilherme estava em São Paulo, assim como o baterista Pedro Furtado. Eles faziam faculdade na Capital e os colegas de classe consolaram os músicos, como se eles tivessem perdido um parente. “Porque o cara era da minha Cidade, para você ver o peso que tinha essa relação do Chorão com Santos”, contou Guilherme.
“Santos parou, né? A Cidade entrou num luto coletivo, todo mundo falando disso, pensando nele. Foi uma coisa que me deixou muito emocionado, essa figura é história para a minha Cidade, para a minha trajetória enquanto músico e membro de uma banda de rock”, diz Pedro.