Parte da campanha global É Hora de Celebrar – Coragem e Gentileza, a Disney lança um conjunto de contos inéditos das princesas repaginados com ilustrações de artistas internacionais. Entre elas está a paulista Nathanna Érica, que assina contos da rainha Elsa e da Branca de Neve. Após um tempo ilustrando como hobby em meio à faculdade de Direito, Nathanna investiu na carreira artística pensando em temas relacionados à natureza, animais, livros, filmes e diferentes culturas. Cheia de cores e traços vivos, ela celebra as histórias e personagens que fizeram parte de sua infância com traço único e olhar diferenciado, trazendo vida às princesas em suas ilustrações.
Como foi o processo de se descobrir profissional?
Desde sempre eu gostei de desenhar, mas não via com clareza a possibilidade de trabalhar com arte. Minha família sempre seguiu as carreiras tradicionais; meu avô, meu pai e minha mãe são formados em Direito e minha avó e tia são pedagogas. Foi só depois de ter terminado a faculdade, que eu realmente vi que não queria trabalhar na área. Eu passava dias estudando para concursos, mas, ao mesmo tempo, comecei a desenhar novamente para me distrair nas horas de pausa, cada vez com mais frequência, até o momento em que resolvi divulgar as artes nas redes sociais. Desse momento em diante, eu comecei a perceber que talvez fosse possível pensar na arte de forma profissional.
Você sempre se identificou com a Disney e as princesas?
Sim, um dos primeiros filmes de animação a que assisti foi A Pequena Sereia. Minha mãe e minha tia cresceram com a Cinderela e a Bela Adormecida, e minha avó com a Branca de Neve. Elas tinham vários livros das princesas da época da infância delas, que eu simplesmente adorava.
Quais são suas histórias e princesas favoritas?
A Ariel é provavelmente a minha favorita, mas acho difícil escolher uma ou apenas algumas, porque eu admiro um pouco da personalidade de cada uma delas. Até mesmo as que não fazem parte oficialmente das princesas. Mas se for para escolher, eu diria que são a Ariel, a Bela e a Jasmine.
Como surgiu esse convite para trabalhar com a Disney Princesa?
Um dos editores da Disney Publishing Worldwide entrou em contato comigo após ter visto as minhas artes, principalmente as artes que eu fiz para a campanha Cinderella 70 Years, em colaboração com a The Walt Disney Company Brasil, em 2019. Pediram que eu montasse um pequeno portfólio com as artes que eu achasse ter mais a ver com um projeto maior que envolveria todas as princesas. Juntei algumas das minhas artes feitas com recortes de papel (paper cutting) e também os meus trabalhos digitais. Recebi o feedback incrível de que o meu estilo era exatamente o que eles estavam procurando para essa campanha global do Ultimate Princess Celebration.
Vocês puderam escolher as personagens com que queriam trabalhar?
A princípio me perguntaram se eu tinha alguma princesa (ou rainha) favorita para que eles pudessem selecionar as de cada artista. Seriam duas personagens por artista, e eu escolhi a Ariel e Bela. Nem cogitei escolher a Elsa porque imaginei que ela seria a mais disputada, por ser tão fenomenal. Quando me informaram que eu ficaria responsável pela Elsa e pela Branca de Neve, as duas personagens que, na minha opinião, são as mais icônicas da Disney, mal pude acreditar.
Qual o principal conceito adotado nessas ilustrações?
Tento colocar o máximo possível de texturas que se assemelhem às encontradas na natureza, muitas folhas e muitas cores, mas acredito que as minhas maiores inspirações sejam o estilo de arte típico dos livros infantis dos anos 1950-1960, como os famosos Little Golden Books. Tudo o que é clássico e vintage me inspira!
Suas ilustrações também trazem traços e recortes geométricos. Quais são suas maiores suas referências nesse sentido?
Eu gosto de integrar formas geométricas nos trabalhos, tem a ver com um estilo de arte que eu adoro, o qual foi típico dos anos 1950, chamado de Mid-Century Modern, mais especificamente no campo da ilustração de livros infantis. Algumas das minhas maiores inspirações dessa época são artistas como Mary Blair, Eyvind Earle, Cliff Roberts e o casal Alice e Martin Provensen.
Qual a importância de ‘renovar’ as histórias das princesas na era digital?
São, de certa forma, universais e atemporais. Mas isso não significa que elas não possam ser renovadas de acordo com a época em que se vive. Foi muito importante que elas passassem a ser vistas como as heroínas de suas próprias histórias, e não apenas as donzelas a serem resgatadas.
Você terá outros lançamentos assinados no projeto? Sabemos que mais alguns e-books ainda estão por vir...
Com relação ao Ultimate Princess Celebration, tenho mais alguns projetos na campanha, mas ainda não posso dar detalhes. Posso adiantar que será muito especial para as crianças pelo mundo em situação de vulnerabilidade, principalmente pelo isolamento da pandemia. Tem por objetivo aproximar as crianças, apesar do distanciamento, de conceitos de coragem e gentileza em face das dificuldades.
Quais serão os próximos passos com o projeto?
Eu estou envolvida na campanha do UPC há mais de um ano, e mesmo assim, muitas vezes eu me sinto incrédula de ter tido a oportunidade de fazer parte dela. Os próximos passos têm relação com esse projeto que mencionei acima, para as crianças em situação de vulnerabilidade em decorrência da pandemia, e que, para mim, será a parte mais importante até agora. Acredito que até o final deste ano de 2021, muitas coisas boas relacionadas às princesas e à campanha ainda virão, e eu mal posso esperar para poder divulgá-las com maiores detalhes!
