Em entrevista exclusiva, Gal Costa fala sobre a carreira e o período de isolamento

Aos 75 anos, a cantora acaba de lançar um álbum onde revisita canções que marcaram sua história; confira o bate-papo da artista com a reportagem de ATribuna.com.br

Por: Egle Cisterna  -  27/02/21  -  09:50
Novo trabalho traz 10 singles, todos são duetos
Novo trabalho traz 10 singles, todos são duetos   Foto: Carol Siqueira/Divulgação

Gal Costa chega aos 75 anos de idade e 55 anos de carreira com a maturidade de quem conheceu o sucesso muito cedo e fez parte de um dos movimentos mais importantes da música brasileira, o Tropicalismo. Para comemorar, ela acaba de lançar o álbum Nenhuma Dor, pela Biscoito Fino, onde apresenta ao público releitura das músicas que marcaram sua carreira, em duetos com vozes masculinas das novas safras da música brasileira e mundial, como Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Criolo, Rubel, Tim Bernardes, Zeca Veloso, além do português António Zambujo e do uruguaio Jorge Drexler. Entre os duetos, lançados digitalmente desde novembro de 2020, estão canções de sucesso como Juventude Transviada, Meu Bem, Meu Mal e Coração Vagabundo. O trabalho foi todo feito remotamente, uma vez que a cantora baiana segue em isolamento.


Abaixo, trechos da entrevista para ATribuna.com.br:


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Você acaba de lançar um álbum onde revisita canções que marcaram este tempo de carreira. Imagino que tenha sido difícil fazer a escolha das músicas, pelo número de sucessos. Como foi feita a seleção desse repertório?


Foi uma escolha feita a quatro mãos. A ideia e os convidados me foram trazidos pelo Marcus Preto e eu recebi com muito carinho. A ideia inicial era regravar sucessos meus que não estavam nos dois shows mais recentes: Estratosférica e A Pele do Futuro. Cantar de novo essas músicas, muitas delas bem marcantes, foi muito especial.

Os dez singles deste trabalho são duetos, onde você divide a faixa com uma voz masculina, mesclando novos talentos e outros nomes já consagrados na música. Como surgiram essas parcerias?

Eu já conhecia o trabalho de todos eles e achei ótimo porque gostava de todos. O ponto central entre eles é que foram influenciados pelo meu trabalho, assim como eu me influenciei pelo trabalho de um homem, que foi o João Gilberto. A escolha de cada um foi exatamente porque eles se deixam influenciar pelo me canto. É muito legal ver que eles se inspiram em mim. Cada um deles deu uma cara nova para cada canção e isso foi muito positivo. Acho importante artistas de gerações diferentes se conectarem.


A comemoração do seu aniversário, em setembro, começou com sua primeira live. Como foi a adaptação para este novo formato?


Apesar das interferências que tivemos, com alguns pequenos problemas, eu gostei muito de fazer. Deu até um frio na barriga. Tive a sensação de que tinha muita gente vendo tudo aquilo e fiquei emocionada.


E como você aproveitou o período de isolamento, sem poder fazer shows? Se manteve dentro de casa? Como avalia esse período que estamos vivendo?


Estou sentido muita falta do palco, da energia do público e não vejo a hora de poder voltar. Estou louca para me vacinar, mas temos que ter paciência agora. Por enquanto ainda estou em casa, me cuidando, respeitando o momento. Temos que ouvir a ciência e ter cuidado com o outro.


Acabamos de passar pelo Carnaval, onde você gravou um single com Daniela Mercury, o Quando o Carnaval Chegar. Para 2021, não tivemos esse festejo popular por conta da pandemia. Qual o seu desejo de Carnaval para 2022?


Foi triste, claro, o cancelamento, mas a gente não pode ter um Carnaval com essa pandemia. Acho que o próximo Carnaval será muito bom. Eu sou mais quieta, já curti muito Carnaval de rua quando era mais nova, mas eu não gosto muito de bagunça. Eu sou mais de assistir do que brincar.


Agora, depois do lançamento desse álbum, como estão seus planos profissionais para 2021?


Ainda não estou produzindo algo novo. Vou esperar termos toda a segurança, com todo mundo vacinado, e quero levar esse show para os palcos.


E, para finalizar, depois destes 55 anos de carreira, o que ainda falta conquistar profissionalmente?


Eu gosto muito de trabalhar e gosto do que eu faço. A música é muito importante para mim porque me dá equilíbrio. Quero cantar até quando Deus quiser e vou trabalhar até quando eu puder.


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