Dupla santista 'Bárbara e Um Cara' lança música com letra forte e som suave
Bárbara Dias e Gil Oliveira compuseram a música Ménage (à trois) literalmente a quatro mãos
No mês em que comemora-se o Dia Internacional da Mulher, nada melhor do que ouvir algo que soa potente na letra, mas suave no som. Ainda que não tenha sido exatamente proposital, o duo santista Bárbara Dias e Um Cara lança Ménage (à trois), um folk pop.
Os dois assinam a composição, feita a quatro mãos, literalmente, já que Bárbara havia escrito a letra em formato de texto, grande e Gil Oliveira foi adaptando os arranjos. A produção musical é de João Ferreira e a mixagem e masterização de Felipe Vassão.
Na letra, a ótima sacada de fazer uma contagem em francês e a sonoridade leve do pop contrastam à primeira imagem criada por quem lê o título da faixa. No entanto, a letra deixa claro que o pano de fundo da canção é uma letra forte sobre liberdade feminina.
Escrita há quatro anos por Bárbara, a canção foi inspirada em experiências reais da cantora santista de 33 anos, após uma separação onde muitas de suas vontades não estavam em sintonia. “Fui casada com uma pessoa totalmente diferente de mim e percebi já quando estava separada, como acontece com a maioria das pessoas”, explica a cantora e compositora.
Durante os mais de três minutos da canção, o duo descreve “Ele adora meus cabelos compridos/ E foi por isso que eu cortei/ Ele faz a pergunta mais simples/ Eu logo digo: Não sei”. “Quando você não sabe o que quer, você aceita qualquer coisa”, define ela.
Ainda no texto, a melodia casa com a mensagem. A liberdade vem em forma de diversos eufemismos, muitos deles escritos em francês de propósito, assim como o título da canção. “A mulher ainda é cobrada a falar de liberdade sexual de um jeito mais leve”, diz. É por isso que descreve: “Ele quer uma moça decente/ E eu adoro voyeur/ Ele quer uma casa e três filhos/ Eu quero picolé”.
E para a música, que vai ganhar um clipe com “muita criatividade”, promete Bárbara, a canção termina com uma mensagem impossível de não ser captada: “Ele tenta mudar o seu jeito/ Pra ver se agora vai/ Ele diz que me ama assim mesmo/ E eu logo digo: bye bye”.
Impossível de ser ouvida apenas uma vez, Ménage (à trois) é um som feito com a suavidade e o gingado que todo caiçara está acostumado a ouvir e só podia mesmo ter sido escrita por uma mulher.
