Diretores estreantes trazem curtas representativos ao Disney+: 'Fortalecer nossa voz'

Conheça três dos seis filmes do projeto Launchpad e os cineastas por trás deles; filmes estão disponíveis no streaming

Por: Bia Viana  -  10/06/21  -  12:32
   The Little Prince(ss) acompanha a amizade entre Gabriel Wang e Rob Chen
The Little Prince(ss) acompanha a amizade entre Gabriel Wang e Rob Chen   Foto: Divulgação

Buscando mais representatividade e inclusão em seus filmes, a Disney lança o projeto Launchpad: Uma Coleção de Curtas, uma incubadora que recebe diretores de todo o mundo para criarem junto à companhia. Além de inovar em suas histórias, o projeto ambicioso, que tem inscrições abertas para a segunda temporada até esta sexta-feira (11), impacta na formação de novos cineastas. Em sua estreia, reuniu seis belíssimos filmes com o tema Descoberta. Nessas duas semanas, falaremos um pouco sobre todos, já disponíveis no streaming Disney+.


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American Eid


Acompanhamos o dia da pequena Ameena (Aayat Wadsaria), uma muçulmana paquistanesa que se surpreende ao descobrir que o dia do Eid, celebração muçulmana que marca o fim do Ramadã, não é comemorado nos Estados Unidos, para onde imigrou com sua família. Corajosa, ela busca a valorização de suas raízes enquanto se reaproxima de sua irmã.


A jornada conduzida por Aqsa Altaf foca na representatividade. Criada no Kuwait por pais do Paquistão e Sri Lanka em um lar muçulmano, ela acredita na arte como plataforma de mudança. “Vi filmes que não representavam as pessoas como eu ou histórias como as minhas. Comecei a internalizar que talvez eu ‘não merecia’ estar lá, o que é um pensamento tóxico para uma criança. Conforme cresci, via estereótipos de muçulmanos na mídia e falta de representatividade negra. Aí, comecei a pensar: 'Se não fizermos, quem fará? Se não começarmos a quebrar esse teto de vidro que nos foi imposto, história por história, quem fará?'".


Com mentoria de três mulheres durante o projeto, Aqsa ainda destaca a força do protagonismo feminino jovem no filme. “Lembro que Aayat me disse ‘quero ser atriz’ nos primeiros dias no set. Eu disse ‘você é atriz, está atuando agora’, e ela ficou surpresa. Nos últimos dias de filmagem, ela era profissional, já entendia todas as terminologias. Então, ela me disse ‘acho que na verdade quero ser diretora’ (risos). Eu disse ‘você pode ser as duas coisas’, e essa conversa me deixou esperançosa pelas gerações de meninas que virão, que terão modelos para se espelhar".


O Jantar Está Servido


Pensando na questão de aceitação e estereótipos formados sobre imigrantes, o curta acompanha Xiaoyu (Qi Sun), um estudante chinês que redescobre sua identidade ao se aplicar para uma vaga de liderança em uma escola americana. A narrativa acessível, com personagens completamente relacionáveis, evidencia o preconceito velado pelas instituições.


Como a maior parte dos curtas na temporada, este filme é baseado na própria experiência de Hao, que se emocionou com a gravação da cena final do filme, falada em mandarim. “Quando eu disse ‘corta’, olhei para o lado e vi meus produtores em lágrimas. De repente, todas as 60 pessoas no set estavam aplaudindo o protagonista, e nesse momento eu senti ‘uau, mesmo sem entender a letra, as pessoas entenderam o personagem’”. Recordando a cena em sua adolescência, o diretor diz ter se sentido acolhido. "Ninguém me entendia, foi bem estranho, mas por algum motivo me senti muito feliz. Essa é a história que eu queria compartilhar, de como fortalecer nossa voz mesmo quando parecer estranho, mesmo quando nem todos puderem te entender".


The Little Prince(ss)


Provavelmente um dos curtas mais adoráveis que veremos este ano, The Little Prince(ss) acompanha a amizade entre Gabriel Wang (Kalo Moss) e Rob Chen (Ching Yin Ryan Hu), dois meninos chineses de 7 anos que se conhecem no ônibus da escola e ficam próximos. A amizade perturba o pai de Rob, que acha Gabriel muito “afeminado”.


O título foi inspirado no Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry. “(Na última cena) Kalo disse que sentia muito por existirem pessoas más, e disse esperar que eu tivesse conseguido superar o que aconteceu e encontrar pessoas que me amassem. Ele só tem 7 anos, e esse entendimento da história me tocou muito. Entender a história foi um processo de cura para mim, (...) o que me fez acreditar que a história valia a pena”. Buscando investir em projetos que evidenciem a comunidade LGBTQIA+, Moxie destaca seu carinho pelo curta. "Acho que essa história ressonou em mim por muito tempo pois foi quando descobri que o mundo poderia não ser tão amigável. Mas também descobri que haverá pessoas que vão te aceitar por quem você é. Nenhuma criança estará sozinha, pois nós sempre estaremos lá um pelo outro", afirmou o diretor.


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