Cinco anos sem Gilberto Mendes: Marcas de compositor permanecem vivas

O tradicional Festival Música Nova, criado por Mendes, já tem a 54ª edição garantida para fevereiro

Por: Egle Cisterna  -  01/01/21  -  21:21
Se fosse vivo, Gilberto Mendes completaria 97 anos nesta terça
Se fosse vivo, Gilberto Mendes completaria 97 anos nesta terça   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Há exatos cinco anos, um dos artistas mais revolucionários que Santos já teve deixou esse plano, aos 93 anos. Mas, mesmo sem a sua presença física, a obra do compositor Gilberto Mendes continua inspirando gerações de vários segmentos da arte. Vários projetos em homenagem ao criador do Festival Música Nova estão previstos para este ano.


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Até o final deste mês, o escritor Flávio Viegas Amoreira, que conviveu com Mendes durante os últimos 15 anos de vida dele, lança o livro Gilberto Mendes - Notas Biográficas (Editora Imaginário Coletivo). Para quem quiser conhecer um pouco da obra, que conta parte da história de Santos a partir da vida do compositor, Amoreira faz hoje, às 18h30, uma live em seu perfil no Facebook, com leitura de trechos do livro e poemas dele e de outros autores, como Carlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst, que foram musicados por Mendes.


A obra, que foi selecionada pelo Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos, do Fundo de Assistência à Cultura (Facult), conta com prefácios da escritora santista Maria Valéria Rezende, do jornalista Carlos Conde, do compositor Lívio Tragtenberg, do maestro Rubens Ricciardi e do neurologista Edson Amâncio.


“A ideia é lançar, talvez, no aniversário de Santos, de forma virtual, e, depois da vacina, realizar um sarau de lançamento e homenagem a Gilberto”, afirma o escritor, que traz em sua obra o envolvimento de Mendes com os principais movimentos culturais da Cidade e sua amizade com artistas notáveis de sua época, como Martins Fontes, Cacilda Becker, Pagu, Geraldo Ferraz, Plinio Marcos, com os poetas concretistas Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos.


Audiovisual


Amoreira está envolvido ainda com outros dois projetos de vídeo dedicados a Mendes, colaborando com informações para o roteiro. O cineasta Carlos Oliveira e a bailarina Tatiana Justel estão transformando duas músicas do compositor em videodanças. “É um formato híbrido, diferente de uma filmagem de uma apresentação de dança, que traz uma história, um roteiro e uma estrutura narrativa própria”, explica Oliveira.


O primeiro projeto, Rosa dos Ventos, baseado na canção Vento Noroeste, está em fase de edição e deve ser lançado ainda em janeiro. “É uma espécie de deusa, inspirada em deusas da mitologia grega, que personifica o vento noroeste”, adianta o cineasta. O projeto, que tem ainda direção de fotografia de André Luiz, foi filmado no Monte Serrat.


Já O anjo esquerdo da história ganhou o Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC-SP), do Governo do Estado, e deve ser filmado neste mês em um mangue da Ilha Diana, com previsão de lançamento em fevereiro. Com a mesma equipe do videodança anterior, a produção ganha o apoio de Gilson Barros.


Festival


A 54ª edição do Festival Música Nova também está garantida para fevereiro. O evento, que retornou a Santos no ano passado, em versão digital, também foi um dos projetos premiados no ProAC-SP.
O organizador do evento, o produtor cultural Márcio Barreto tem outros planos para homenagear o compositor santista que em 2022 tem a marca do seu centenário de nascimento. “Teremos também, como no ano passado, a Semana Cultural Gilberto Mendes, que é uma lei municipal, e colocaremos também a obra dele em outros eventos, como a Semana da Cultura Caiçara de Santos e de São Vicente”, pontua Barreto.


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