O tema "assédio" entrou em pauta durante a semana em entrevistas de celebridades. Cida Marques, atriz e apresentadora considerada símbolo sexual nos anos 90, foi uma a fazer denúncias. Em entrevista à Revista Quem, a atriz afirmou que o assédio sexual era algo comum na época, até mesmo nos bastidores da televisão.
"Tenho várias situações", começou a atriz. "Em uma delas, eu estava gravando um programa de humor. Oapresentador, na hora de passar o texto, disse que estaria disponível tal dia e tal hora da semana durante a sessão de terapia da esposa. Ali perdi a admiração e carinho pelo profissional na hora".
Cida comentou que nesse ambiente, muitos homens se sentiam em posição superior. "Infelizmente, tem gente que acha que o 'poder' dá o direito de colocar uma mulher em situação constrangedora.Aprendi a discernir e observar rapidamente vários sinais e ficar em alerta e me impor, sempre com bom humor e educação ou sem, se necessário fosse, até que o indivíduo saísse constrangido", desabafou a apresentadora.
Outra personalidade que comentou momentos difíceis passados diante de assédio foi Kelly Key. Em entrevista ao programa Altas Horas, a cantora comentou que teve sorte em ter enfrentado poucas experiências do gênero.
"Já estive na televisão e aconteceu de diretor receber foto minha, de divulgação, de vestido e eu chegar no programa de calça jeans, e ele falar: 'Não, eu chamei uma cantora que usa saia'. Durante muito tempo foi desagradável conviver com isso", contou a cantora.
Para Kelly, o assédio sexual é, infelizmente, algo recorrente entre as mulheres. "Todas as mulheres já passaram por isso. A maioria. A gente nunca fala sobre, porque somos oprimidas. Isso te reprime, porque você não dança mais da mesma maneira, não se veste mais como gastaria", revelou.
Segundo a cantora, um fator que agrava a situação é a constante sexualização do corpo feminino. "Nós, meninas do pop, usamos muito o corpo com a dança, e a sensualidade está no palco. Como o corpo da mulher sempre foi muito sexualizado, as pessoas não achavam de bom tom. Achavam minhas músicas ousadas. Se isso tivesse me afetado quem seria eu hoje?", questiona.
*Com informações do jonral O Globo, Revista Quem e UOL