Cantor de Praia Grande se desilude com o funk e migra para o trap: 'Totalmente realizado'

Com um ano e meio de carreira no drill, vertente do trap, Kyan mudou de estilo musical e deu a volta por cima na carreira

Por: Beatriz Viana  -  17/02/21  -  11:12
Entre seus projetos ainda estão parcerias com MCs da Baixada
Entre seus projetos ainda estão parcerias com MCs da Baixada   Foto: Reprodução/Facebook

Migrando do funk para o trap, Kyan reviveu seu sonho de ser artista. Aos 22 anos, o cantor nascido no Jardim Real, em Praia Grande, estava tão frustrado com o funk que pensava em desistir de tudo. Com um ano e meio de carreira no drill, vertente do trap, deu a volta por cima.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Entre vários destaques, ele entrou na lista de artistas para ficar de olho em 2021, promovida pelo YouTube, junto a vários artistas de todo o Brasil. “Fiquei bem feliz e contente. Me sinto totalmente realizado. Dois anos atrás, a minha frustração era não ter reconhecimento nem dentro do meu bairro. Hoje, ter uma música em todos os lugares, que tem mais de 10 milhões de views no YouTube, é uma parada que eu nem imaginava acontecer”, desabafa.


O artista começou sua carreira no funk aos 15 anos, mas acabou se frustrando com o nicho. “A gestão por trás do funk é complicada, tem uma 'venda de sonhos' para quem está começando. Aconteceu comigo e me frustrei. Pensei que eu não era mais artista”, conta.


“Antigamente, a Baixada Santista era uma forte referência dentro do funk, mas isso se perdeu quando o gênero cresceu em São Paulo, porque é a Capital, onde gira tudo. Tinha o MC Lomba, Neguinho do Caxeta, mas é bem difícil uma pessoa daqui ficar famosa”.


Segunda chance


Quando resolveu migrar de estilo, em 2019, teve sua segunda chance. “Eu comecei a estudar o trap por um ano e só depois desse tempo tentei escrever minha primeira música, que foi Mandrake. Fizemos um clipe totalmente independente. O vídeo repercutiu e a partir daí já tive outra projeção, me via como artista de novo”. Suas principais referências vêm do trap internacional, de artistas como Travis Scott, Pop Smole e Lil Baby.


Com muitos lançamentos previstos para 2021, o músico reflete sobre a mensagem de sua jornada. “Tento motivar outras pessoas. Escrevi duas músicas, Lembranças e Frutos, que retratam isso: um jovem da periferia que sonha um sonho muito incerto. Viver da arte, de esporte, especialmente daqui, é uma parada incerta”.


Entre seus projetos ainda estão parcerias com MCs da Baixada, amigos com quem quer crescer junto; um EP de oito faixas com seu irmão, Kayin; e participações no álbum de Borges, grande nome do trap nacional. “Consegui trabalhar bastante durante a pandemia. Vem bastante coisa por aí”.


Logo A Tribuna
Newsletter