Autora da trama de 'Cidade Invisível' comenta resgate da magia do folclore brasileiro
Com trama desenvolvida por Carolina Munhóz e Raphael Draccon, produção aposta no mistério e integra o top 10 da Netflix
Com dez livros publicados e duas séries disponíveis na Netflix, Carolina Munhóz conquista mais um grande sucesso. A escritora e roteirista desenvolveu, junto com o marido Raphael Draccon, a trama de Cidade Invisível, série de mistério e fantasia que tem feito sucesso astronômico no streaming por todo o mundo.
Até o momento, a série figura no top 10 de mais assistidos em mais de 60 países. Porém, o sucesso não veio da noite para o dia: foram sete anos desenvolvendo os personagens e todo o enredo, que é baseado na cultura do folclore brasileiro.
“Tivemos um almoço com o Saldanha (Carlos Saldanha, criador da série), de onde surgiu a ideia para escrevermos uma série policial com elementos fantásticos. Passamos os meses seguintes desenvolvendo um roteiro que mostrasse como seria seu tom. Pensando em como fazer essa história no Brasil, decidimos inserir o folclore, pois era algo que eu e o Draccon queríamos trabalhar há anos. O projeto pronto foi apresentado para a Netflix e a produção da série se iniciou”.
A inspiração em elementos fantásticos sempre foi constante nas obras do casal, porém, para se tornar possível, o projeto dependia de um formato certeiro. “Tivemos de provar por muitos anos para o mercado brasileiro que era possível publicar autores desse gênero no Brasil. Então nossa vontade de trabalhar com o folclore do nosso país era grande, mas sabíamos que para ter a repercussão que queríamos precisava ser feito da forma certa. Para nós, seria através do audiovisual".
"O Draccon é conhecido por suas releituras e eu por inserir criaturas mágicas no nosso mundo. Então foi a combinação perfeita para pegar as lendas que crescemos e trazê-las de um modo diferente para as telas”, conta. Com a escassez de representações dessa mitologia, Carolina entende a necessidade do projeto como uma forma de reapresentar parte das tradições brasileiras às novas gerações. “Somos uma geração que foi apresentada ao folclore principalmente pelo Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas recentemente não existia um material que abordasse nosso folclore dessa forma. Queríamos resgatar essa magia”.
A série já tinha sido escrita e gravada antes da pandemia. A partir de seu lançamento, não demorou para que fãs de todo o mundo abraçassem a história e se interessassem pelas figuras curiosas de nosso folclore. “Foram muitos anos pensando nesse projeto e ver esse resultado sem dúvida é um presente do universo”, diz Carolina.
Enquanto o futuro da série ainda está incerto, a autora tem esperança na renovação. “Estamos animados com a possibilidade. Nosso folclore é muito rico e existe conteúdo para muitas temporadas, filmes e spin-offs”. Criada por Carlos Saldanha, a primeira temporada de Cidade Invisível tem oito episódios e está disponível na Netflix.
