Após perder parte da visão, santista coloca sua música a serviço da inclusão: 'Imaginar a imagem'

A cantora Amanda Mittz, de 31 anos, perdeu a visão de um olho e 20% de outro após doença rara

Por: Beatriz Araujo & Colaboradora &  -  31/01/21  -  11:36
Amanda investe cada vez mais em levar o empoderamento a pessoas com limitações físicas
Amanda investe cada vez mais em levar o empoderamento a pessoas com limitações físicas   Foto: Divulgação

Ao quase perder a visão dos dois olhos por conta de uma doença rara, a artista Amanda Mittz, de 31 anos, se encontrou na missão de levar acessibilidade e empoderamento para pessoas com deficiência por meio da música. Nascida em Santos e atualmente vivendo no Rio de Janeiro, Amanda foi uma das pioneiras na produção de conteúdos autorais com audiodescrição, legendas e intérpretes de libras, seja em seus clipes ou nas redes sociais.


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Durante a pandemia, buscando sempre inovar na forma de transmitir a experiência da música, Amanda lançou três singles: Te Vejo Igual a Mim, em agosto; Impasse, em outubro; e Pensou que Fosse Fácil, em dezembro. Além disso, a cantora tem novos projetos em planejamento, como o primeiro álbum.


De acordo com Amanda, Pensou que Fosse Fácil, seu último lançamento, traz a ideia de não focar no pior das situações, mas, sim, na força de transformar a questão em aprendizado. Na sequência, Amanda pretende criar um audioclipe com a canção.


“Seria semelhante às radionovelas, que têm efeitos especiais e atores dublando as cenas. Assim, fica a cargo do público imaginar a imagem”, explica ela, que segue estruturando a ideia.


Os outros dois singles lançados em 2020 têm videoclipes no YouTube, com versões com audiodescrição e interprete de libras.


Acesso


Os últimos singles de Amanda irão compor o CD Acesso, previsto para julho. Também está previsto um show de lançamento do álbum, em outubro, data que pode ser alterada por conta da pandemia. Este evento acontecerá em São Paulo, pois o projeto de Amanda foi selecionado no edital Natura Musical.


“Eu quero fazer um show que explore a acessibilidade como linguagem e não como recurso”, ressalta a artista, orgulhosa pelo reconhecimento.


Dentre seus planejamentos, Amanda quer propor uma experiência sonora com caixas de som espalhadas em quatro pontos do auditório. “A música às vezes vai estar presente, mas as pessoas não vão ouvir. Vão sentir”.


Podcast


Para dar cada vez mais espaço às pessoas com deficiência, Amanda criará um podcast. “Entrevistarei pessoas PCDs, profissionais que atuam na área tecnológica assistiva e influenciadores digitais PCDs”.


De acordo com Amanda, os podcasts abordarão assuntos diversos, como relacionamentos, vivências e paradigmas em torno do “mundo PCD”. Para ela, esta será uma forma de aproximar as pessoas, em meio ao distanciamento social, e levar conteúdo aos seus seguidores sobre a causa, de forma mais informativa. O podcast será divulgado em seu Instagram.


Para a cantora, o trabalho em torno da causa é a realização de um sonho. “Devolver a minha arte em forma de transformação me traz muita satisfação, principalmente por representar uma minoria, que é tornada invísel diariamente”. O trabalho pode ser acompanhado pelo Instagram (@amandamittz), Youtube, e por outras plataformas de streaming.


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