
Trabalho em computação gráfica rendeu à produção uma indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais neste ano (Divulgação)
Confesso que Better Man - A História de Robbie Williams não me conquistou de cara. Fui me apegando aos poucos, primeiro com a feição do chimpanzé menino, seguido da música My Way, interpretada pelo lendário Frank Sinatra. A canção, que é um clássico, serve de fundo perfeito para sinalizar a relação conturbada entre pai e filho, que permeia toda a construção pessoal e artística do cantor inglês Robbie Williams, retratada no filme.
A busca obsessiva pela aprovação do pai, um cantor modesto interpretado pelo ator Steve Pemberton, também é a linha-mestra dessa cinebiografia fora dos padrões tradicionais do gênero. O filme tem roteiro e direção de Michael Gracey, que também dirigiu O Rei do Show (2017), estrelado por Hugh Jackman, e foi produtor executivo de Rocketman (2019), a cinebiografia do músico Elton John, com Taron Egerton.
No longa-metragem, Williams é retratado por um chimpanzé projetado em CGI, uma computação gráfica que rendeu à produção uma indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais neste ano. Contudo, o prêmio foi para Duna: Parte 2, dirigido por Denis Villeneuve.
A aparição animalesca de Robbie Williams foi sugerida pelo cineasta Michael Gracey e o cantor prontamente aceitou. Williams disse que Gracey perguntou com qual animal ele se identificava e ele respondeu que era com um macaco, uma espécie tão atrevida quanto ele.
Metaforicamente, a feição de chimpanzé também ilustra que Robbie sempre se sentiu um estranho no ninho em qualquer circunstância de sua vida. O filme mostra que ele não se encaixa com os seus familiares, nem com os amigos, nem nos palcos e muito menos nos relacionamentos afetivos.

No longa-metragem, Williams é retratado por um chimpanzé projetado em CGI, uma computação gráfica (Divulgação)
A trama, costurada em um bem-sucedido musical, conduz aos altos e baixos de Robbie Williams desde a infância, passando pelo início da carreira artística integrando a boyband britânica Take That, nos anos 1990, até atingir o sucesso absoluto em voo solo como estrela do pop. O vício em álcool e drogas também é explorado no roteiro. No entanto, a história do artista é contada quase como um conto de fadas.
Robbie Williams é interpretado pelo ator Jonno Davies na adolescência e por ele próprio na fase adulta. Um dos pontos altos do filme são as canções de sucesso de Robbie Williams, entre elas o seu maior hit, Angels, lançada em 1997. Mas nada se compara ao gran finale, um desfecho emocionante de verter lágrimas.
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